sexta-feira, 6 de setembro de 2024

COINCIDÊNCIAS NÃO INTENCIONAIS

 

O relato bíblico da alimentação de 5.000 pessoas por Jesus contém coincidências não intencionais que sugerem autenticidade histórica.

Na história destaca-se a importância de Filipe como discípulo de Jesus. Embora Filipe não seja proeminente no Novo Testamento, a sua origem em Betsaida é relevante. Lucas menciona este lugar, mas não menciona Filipe no seu relato, mas a sua ligação com Betsaida realça a sua importância na história. Filipe e André são residentes em Betsaida, o que pode explicar a razão de conhecerem um rapaz que tinha pão e peixes. No relato de Marcos destaca-se que a erva era verde, algo pouco comum em Israel, o que acrescenta intriga ao relato. Marcos refere que Jesus os convida a descansar num lugar deserto, o que demonstra preocupação com o bem-estar das pessoas que o rodeiam. Durante a Páscoa, a erva fica verde na região devido às chuvas. João é o único evangelista que refere que os pães eram de cevada, podendo isso ser relacionado com a colheita da cevada na época da Páscoa. A ligação entre a erva verde, os pães de cevada e a multidão em movimento aponta para que o evento ocorreu durante a Páscoa. Do mesmo modo, a menção de João à Páscoa permite explicar a presença da erva verde e da multidão.

Por esta razão, os estudiosos do Novo Testamento apontam a importância da casualidade na avaliação da fiabilidade histórica.

terça-feira, 3 de setembro de 2024

QUANDO O MÉTODO HISTÓRICO-CRÍTICO SE CONFUNDE COM O MÉTODO HISTÓRICO-GRAMATICAL DA REFORMA

 

Os princípios de interpretação do Novo Testamento neste curso assumem uma perspetiva histórico-crítica. O método histórico-crítico de interpretação de um texto privilegia o sentido pretendido pelo autor antigo, a interpretação do público original do texto, a língua original em que o texto foi escrito e a prevenção do anacronismo. Contudo, durante a maior parte dos últimos dois mil anos, este não tem sido o método de interpretação da Bíblia. Os intérpretes pré-modernos, como Orígenes e Agostinho, sentiram-se livres para alegorizar e utilizar o texto como bem entendessem. Foi apenas através da Reforma e de outros acontecimentos da história moderna que o método histórico-crítico se tornou o método predominante de interpretação.

https://oyc.yale.edu/religious-studies/rlst-152/lecture-22

Se esta é a definição de método histórico-crítico de interpretação, então não há nada a objetar a ele, na verdade é semelhante em termos de objetivos ao método conhecido como histórico-gramatical, que é método padrão utilizado pelos reformadores e as igrejas protestantes.

O problema é quando o “crítico” vai além da interpretação do texto e desenha conclusões sobre as origens e a historicidade do texto não baseadas na evidência histórica objetiva, mas em pressupostos filosóficos particulares como o naturalismo ou o antisobrenaturalismo metafísicos. Ou dito de outra forma, quando associa ao método histórico-crítico o naturalismo metodológico.

De acordo com o naturalismo metodológico os mortos não ressuscitam, por isso a intenção dos autores dos textos bíblicos não é relatar uma ressurreição real ou histórica, se é então estão a mentir ou iludidos. Por definição, Jesus não pode ter ressuscitado realmente.... mas isso de acordo com o naturalismo, não com a evidência histórica objetiva.

domingo, 25 de agosto de 2024

IRENEU, EUSÉBIO E AS CONSTITUIÇÕES APOSTÓLICAS AFIRMAM QUE O PRIMEIRO BISPO DE ROMA FOI LINO

 

Na sua «História Eclesiástica», Eusébio de Cesareia afirma o seguinte:

Livro III

II

[Quem foi o primeiro que presidiu a Igreja de Roma]

1. Depois do martírio de Paulo e de Pedro, o primeiro a ser eleito para o episcopado da Igreja de Roma foi Lino. Ele é mencionado por Paulo quando escreve de Roma a Timóteo, na despedida ao final da carta (2 Tm 4:21)."

Note-se que Eusébio de Cesareia nunca menciona Pedro como tendo sido alguma vez Bispo de Roma.

Isto porque Eusébio seguia uma lista dos doze primeiros bispos de Roma, dada por Ireneu de Lyon no século II, em que o primeiro bispo de Roma mencionado era Lino.

Eusébio cita então a lista de Ireneu, onde o bispo de Lyon classifica Lino como o primeiro bispo de Roma:

Livro V

VI

[Lista dos bispos de Roma]

1. "Os bem-aventurados apóstolos, depois de haverem fundado e edificado a Igreja, puseram o ministério do episcopado em mãos de Lino. Este Lino é mencionado por Paulo em sua carta a Timóteo ..."

As Constituições Apostólicas, um documento cristão do século IV, também indicam que Lino, tendo sido ordenado por Paulo, foi o primeiro bispo de Roma, sendo o seu sucessor Clemente, que foi ordenado por Pedro (cfr. Constituições Apostólicas 7.4).

Anacleto é considerado o sucessor de Lino por Ireneu.


A BÍBLIA E A HISTÓRIA FORNECEM EVIDÊNCIA DEFINITIVA DA NATUREZA VÁCUA E ESPÚRIA DAS PRETENSÕES ROMANISTAS

«As listas mais antigas de papas começam, não com Pedro, mas com um homem chamado Lino. A razão pela qual o nome de Pedro não foi listado foi porque ele era um apóstolo, que era uma super-categoria, muito superior a papa ou bispo... A comunidade cristã em Roma, bem dentro do segundo século operava como uma coleção de comunidades separadas sem qualquer estrutura central... Roma era uma constelação de igrejas domésticas, independentes umas das outras, cada uma das quais era livremente governada por um ancião. As comunidades, portanto, basicamente seguiam o padrão das sinagogas Judaicas das quais se desenvolveram.» (John O'Malley, A History of the Popes, Sheed & Ward, 2009, p. 11)

«É certo que a posição católica, que os bispos são os sucessores dos apóstolos por instituição divina, está longe de ser fácil de estabelecer... O primeiro problema tem a ver com a noção de que Cristo ordenou apóstolos como bispos... Os apóstolos eram missionários e fundadores de igrejas; não há nenhuma evidência, nem é de todo provável, de que qualquer um deles alguma vez tenha fixado residência permanente numa igreja em particular como seu bispo... A carta dos Romanos aos Coríntios, conhecida como I Clemente, que data de cerca do ano 96, fornece boas evidências de que cerca de 30 anos após a morte de São Paulo a igreja de Corinto estava sendo liderada por um grupo de presbíteros, sem indicação de um bispo com autoridade sobre toda a igreja local... A maioria dos académicos são da opinião de que a igreja de Roma, muito provavelmente também era liderada nesse tempo por um grupo de presbíteros... Existe um amplo consenso entre os académicos, incluindo muitos católicos, que igrejas como Alexandria, Filipos, Corinto e Roma, muito provavelmente, continuaram a ser lideradas durante algum tempo por um colégio de presbíteros, e que só no segundo século a estrutura tríplice tornou-se a regra geral, com um bispo, assistido por presbíteros, presidindo a cada igreja local.» (Sullivan F.A. From Apostles to Bishops: the development of the episcopacy in the early church. Newman Press, Mahwah (NJ), 2001, pp. 13,14,15).

«De acordo com Ireneu, Pedro e Paulo, não somente Pedro, nomearam Lino como o primeiro na sucessão de bispos de Roma. Isto sugere que Ireneu não pensava em Pedro e Paulo como bispos, ou em Lino e aqueles que se seguiram como sucessores de Pedro mais do que de Paulo.»  (Sullivan F.A. From Apostles to Bishops: the development of the episcopacy in the early church. Newman Press, Mahwah (NJ), 2001, p. 148).

«Devemos concluir que o Novo Testamento não fornece nenhuma base para a noção de que antes dos apóstolos morrerem, eles ordenaram um homem para cada uma das igrejas que eles fundaram... "Havia um Bispo de Roma no primeiro século?"... A evidência disponível indica que a igreja em Roma era liderada por um colégio de presbíteros, e não por um único bispo, por pelo menos várias décadas do século II.» (Sullivan F.A. From Apostles to Bishops: the development of the episcopacy in the early church. Newman Press, Mahwah (NJ), 2001, p. 80,221-222).

«Fontes primitivas, incluindo Eusébio, afirmam que Lino ocupou o cargo por cerca de 12 anos, mas elas não são claras sobre as datas exatas ou o seu exato papel pastoral e autoridade. Deve ser lembrado que ao contrário da piedosa crença católica, a estrutura episcopal monárquica de governo da igreja (também conhecida como o episcopado monárquico, em que cada diocese era liderada por um único bispo) ainda não existia em Roma neste tempo.» (McBrien, Richard P. Lives of the Popes: The Pontiffs from St. Peter to Benedict XVI. Harper, San Francisco, 2005 updated ed., p. 34).

«Para começar, na verdade, não havia 'papa', nem bispo como tal, pois a igreja em Roma foi lenta a desenvolver o cargo de presbítero ou bispo chefe... Clemente não fez nenhuma reivindicação de escrever como bispo... Não há nenhuma maneira de definir uma data em que o cargo de bispo dirigente surgiu em Roma... mas o processo estava certamente completo pelo tempo de Aniceto, por volta do ano 150.» (Duffy, Eamon. Saints & Sinners: A History of the Popes, 2nd ed. Yale University Press, London, 2001, pp. 9, 10,13).

«O fracionamento em Roma favoreceu um sistema de governo presbiteral colegial e impediu durante muito tempo, até à segunda metade do século II, o desenvolvimento de um episcopado monárquico na cidade. Vítor (c. 189-99) foi o primeiro que, após tímidas tentativas de Eleutério (c. 175-89), Sotero (c. 166-75) e Aniceto (c. 155-66), avançou energicamente como bispo monárquico e (por vezes, apenas porque era incitado do exterior) tentou colocar os diferentes grupos da cidade sob a sua supervisão ou, quando tal não era possível, estabelecer barreiras através da excomunhão. Antes da segunda metade do século II, não havia em Roma nenhum episcopado monárquico nos círculos mutuamente unidos em comunhão.» Peter Lampe, From Paul to Valentinus: Christians at Rome in the First Two Centuries, trans. Michael Steinhauser (Minneapolis: Fortress Press, 2003) p. 397.

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

CATÓLICO EX-PROTESTANTE TORNA-SE PROTESTANTE EX-CATÓLICO

Para contextualizar, Fernando Casanova é ou era uma estrela da apologética católica e muito popular na América latina. Costumava ser apresentado como "ex-pastor protestante" convertido ao catolicismo e exibido como um troféu de caça nos programas de propaganda de massas. 

Agora parece que teve um arrebate de consciência e resolveu tratar a evidência histórica com honestidade. Declarou não acreditar no papado, na infalibilidade papal, na assunção de Maria entre outras coisas e anunciou formalmente que não pode continuar na Igreja Católica romana por razões de consciência. A comoção é grande entre os católicos! É caso para dizer "bem-vindo a casa" Fernando.

https://youtu.be/b5NkUuDtDg4?si=velDLqCHU3kBR8N1

domingo, 18 de agosto de 2024

O PANTEÃO DA IGREJA DE ROMA

Os católicos são frequentemente acusados ​​de idolatria. Há vários motivos para isso. Um é a veneração dos santos, especialmente de Maria. Outro é a Adoração Eucarística.

Uma forma em que os católicos tentam rechaçar a acusação é traçar distinções subtis entre dulia, hiperdulia e latria.

Gostaria apenas de fazer uma breve comparação. Eu considero que a veneração dos santos é um sincretismo disfarçado: apenas substitui deuses padroeiros por santos padroeiros. Nomes diferentes, a mesma função, a mesma mentalidade.

Ora, um idólatra pagão também pode distinguir entre graus ascendentes ou descendentes de veneração. No politeísmo, o panteão tem uma hierarquia. Nem todos os deuses ou deusas são criados iguais. Existem deuses superiores e deuses inferiores.

Se alguém for um marinheiro, é melhor prestar vénias a Posídon. Mas se uma pessoa viver em terra firme, tem pouco a temer de Posídon. Ela está fora da sua jurisdição.

Ninguém quer ter a inimizade de deuses ou deusas poderosos e vingativos como Zeus, Juno e Marte. No entanto, Vénus não é muito intimidante. Da mesma forma, Vulcano não é terrivelmente ameaçador — a menos para alguém que viva na sombra do Monte Vesúvio.

No hinduísmo, um hindu piedoso normalmente se torna devoto de uma divindade em particular, como Vishnu, Shiva, Devi, Durga, Kali, Rama ou Krishna.

O meu ponto é que é fácil traçar paralelos entre a devoção pagã e a devoção católica a este respeito. Tanto católicos quanto pagãos têm uma gradação no grau de veneração que concedem à numina. Desenhar distinções refinadas não protege o catolicismo da acusação de idolatria, pois os pagãos podem e fazem a mesma coisa em relação à hierarquia divina.

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

DESAMBIGUAÇÃO DA PRESENÇA REAL E TRANSUBSTANCIAÇÃO


Enquanto a crença na presença real de Cristo na Eucaristia é comum a todas as tradições cristãs, uma vez que uma presença simbólica ou espiritual não é menos real que uma presença física, a transubstanciação como formulada por Aquino e sancionada em Trento é uma doutrina exclusiva da Igreja de Roma.

Por exemplo, as interpretações católica, luterana, ortodoxa e calvinista têm em comum a aceitação da presença real, mas também diferem entre si em relação a como é produzida.

Segundo o dogma católico da transubstanciação, em virtude das palavras da consagração o pão e o vinho tornam-se o corpo, o sangue, a alma e a divindade de Cristo, embora persistam os “acidentes” (forma, cor, odor, sabor e composição química) do pão e do vinho. Esta mudança é permanente, o que torna a hóstia em objeto de culto de adoração (latria).

O Luteranismo aceita a distinção aristotélica entre substância e acidente, mas não que o pão deixa de ser pão e o vinho deixa de ser vinho, mas que pelas palavras da consagração Cristo se faz verdadeiramente presente “em, com e sob” as espécies (consubstanciação).

Por seu lado os ortodoxos orientais rejeitam as controvérsias ocidentais e afirmam a presença real como símbolo (“pôr junto com”) e mistério, sem tentar explicar a forma em que é produzida; segundo uma página ortodoxa, “São o pão e o vinho molecularmente alterados para tornar-se carne e sangue físicos? É claro que não. Mas como o pão e o vinho, quando são ingeridos, se convertem como alimento na nossa própria carne e sangue de um modo desconhecido para nós, assim o pão e o vinho da Eucaristia tornam-se (também de um modo desconhecido para nós) o real corpo e sangue de Cristo na aparência e forma de pão e vinho.”

O Calvinismo ensina que Cristo está verdadeiramente presente na Eucaristia, mas de maneira espiritual – em oposição a uma presença física - e que portanto o pão e o vinho são fontes de poder e santidade para aqueles que participam dignamente deles.

A maioria das Igrejas cristãs evangélicas sustentam que o pão e o vinho são exclusivamente símbolos e, portanto, uma presença simbólica do corpo e sangue de Cristo nos elementos Eucarísticos, mas nem por isso menos real.

Portanto, a menos que se esteja a utilizar a expressão "presença real" como um termo técnico para presença física, todos os cristãos acreditam na presença real de Cristo na Eucaristia.

segunda-feira, 12 de agosto de 2024

SACRAMENTALISMO ANTI-ENCARNACIONAL

 

O Luteranismo, o Catolicismo e a Ortodoxia, cada um à sua maneira, enfatizam a “Presença Real”. Mas um problema básico da “Presença Real” é a forma como este dogma atinge a raiz da Encarnação – bem como da Ressurreição. É uma visão fundamentalmente anti-encarnacional da Eucaristia.

Jesus tinha um corpo. Um corpo de verdade. Um corpo físico. Isto fica claro nos Evangelhos. Ele tinha um corpo visível e tangível. Um corpo com altura e peso normal, comparável ao de outros seres humanos com quem interagia.

Isto era verdade antes da sua Ressurreição, e isto era igualmente verdade depois da sua Ressurreição. Na verdade, tanto Lucas (Lc 24) como João (Jo 20-21) esforçam-se por acentuar o caráter visível e tangível do corpo glorificado de Cristo. Embora Cristo pudesse aparecer e desaparecer à vontade, quando estava presente, estava presente de uma forma localmente tangível e definível. Localidade, não ubiquidade. O seu corpo glorificado tinha propriedades empíricas.

Isso é essencial para a teologia lucana da Ressurreição, como também para a teologia joanina da Ressurreição. O corpo de Cristo Ressuscitado é algo que era possível aos observadores ver e sentir.

Mas para defender a “Presença Real” em relação aos elementos da comunhão, é necessário redefinir radicalmente um corpo. E, no processo, é necessário redefinir radicalmente tanto a Encarnação como a Ressurreição.

O fisicalista sacramental despedaça a Encarnação e a Ressurreição em prol do seu dogma eucarístico. Para salvar a doutrina, a corporalidade do corpo é despojada das suas propriedades corporais.

Com efeito, o fisicalista sacramental reduz o corpo de Cristo a um corpo astral ou a uma matéria subtil. Ele tem que assumir uma "forte" sacramentologia à custa de uma fraca cristologia.

terça-feira, 4 de junho de 2024

POR QUE NÃO SER PROTESTANTE?

 

Dois pilares distintivos de uma eclesiologia protestante são:

1) a igreja é falível.

2) a igreja não está restrita a uma instituição.

Ambas as coisas parecem bastante modestas.

(1) significa que a igreja não é infalível e, portanto, está subordinada à Escritura. Isso não parece ser difícil de aceitar. Afinal, a Escritura é revelação «soprada» por Deus. A infalibilidade eclesial pós-apostólica nunca existiu e não tem nenhuma base na fundação da nossa religião (não, Mateus 16:18 não ensina infalibilidade, apenas indefectibilidade, a qual afirmamos). Até Agostinho pensava que os concílios ecuménicos eram falíveis e, portanto, estavam sujeitos à Escritura.

(2) significa que a igreja reúne-se dentro de múltiplas instituições. Isso também pode ser aceite de imediato. Vê-se frutos evidentes da Igreja (exorcismos, glória da Trindade, salvação, etc.) em múltiplas expressões institucionais. Isto é uma enorme vantagem protestante porque a maioria das outras tradições têm que introduzir permanentemente novas condições históricas para tentarem dar sentido a si mesmas hoje.

Então... por que não ser protestante? Fica-se com uma igreja maior, mais católica e deixa-se de estar preso a erros e acréscimos ilegítimos que eram obviamente desconhecidos dos apóstolos e considerados hoje irreformáveis ​​(como a veneração de ícones ou a oração a Maria).

A Igreja… é a sociedade de todos os santos, uma sociedade que, espalhada por todo o mundo e existindo em todas as épocas, mas unida por uma só doutrina e por um só Espírito de Cristo, cultiva e observa a unidade de fé e a concórdia fraterna. Com esta Igreja negamos que tenhamos qualquer desacordo” (João Calvino, 1539).

segunda-feira, 13 de maio de 2024

Lutero sobre a compatibilidade de Tiago com Paulo

Em 1530, Lutero respondeu à pergunta: “Por que Tiago [2:26] diz: ‘A fé sem obras é morta’?”

A resposta de Lutero foi:

"Tiago está a tratar de uma questão moral, não teológica, assim como trata quase inteiramente de moralidade. Moralmente falando, é verdade que a fé sem obras é morta - isto é, se a fé não faz obras ou se obras exteriores não seguem a fé. Dessa forma, então, a fé não pode existir separada das obras; isto é, ela não pode deixar de fazer obras, pois a fé não existe sozinha. No entanto, aqui [em Paulo] estamos a tratar de uma questão teológica, já que estamos a discutir a justificação diante de Deus. Aqui afirmamos que somente a fé é contada como justiça diante de Deus, independentemente das obras e dos méritos.” (Luther's Works, 61:183-184).

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