«Todos, então, que correm para Cristo são salvos pela sua graça e aproveitam o seu dom. Mas aqueles que desejam encontrar justificação na Lei também cairão da graça. Não poderão desfrutar da benevolência do Rei porque estão a esforçar-se para ganhar a salvação pelos seus próprios esforços; atrairão sobre si a maldição da Lei porque nenhuma carne encontrará justificação pelas obras da Lei. Por isso Paulo diz: “Se fores circuncidado, Cristo não terá nenhuma vantagem para ti”. Pois o homem que se esforça para ganhar a salvação pelas obras das Leis nada tem em comum com a graça. Isto é o que Paulo sugeriu quando disse: “Se é por graça, então não é em virtude das obras; de outra forma, a graça não é mais graça. Mas se é por obras, já não é mais graça: de outra forma, a obra não é mais obra”. E ainda: “Se a justiça vem da lei, então Cristo morreu em vão”. E ainda: “Vós que vos justificais na Lei caístes da graça”. Morrestes para a Lei, tornaste-vos um cadáver; doravante já não estais sob o seu jugo, já não estais sujeitos à sua necessidade. Por que razão, então, se esforçam por criar problemas a vós próprios, quando tudo é inútil e em vão?» (João Crisóstomo, Contra os Judeus. Homilia 2, II)
«O que ele quer dizer quando diz: 'Eu declarei a tua justiça?' Ele não disse simplesmente: 'Eu dei', 'Eu declarei'. O que isso significa? Que ele justificou a nossa raça não por ações corretas, nem por labutas, não por trocas e escambos, mas somente pela graça. Paulo também deixou isso claro quando disse: 'Mas agora a justiça de Deus se manifestou independentemente da Lei.' Mas a justiça de Deus vem pela fé em Jesus Cristo e não por qualquer trabalho e sofrimento. E Paulo retomou o testemunho deste Salmo quando falou o seguinte: 'Pois a Lei, tendo apenas uma sombra dos bens vindouros, e não a imagem exata das coisas, não pode nunca pelos sacrifícios que se oferecem continuamente, ano após ano, aperfeiçoar aqueles que se aproximam. Por isso, ao vir ao mundo, ele diz: 'Sacrifício e oblação não quiseste, mas um corpo me preparaste.'» (João Crisóstomo, Contra os Judeus. Homilia 7, III,2)
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