A opinião largamente maioritária que vemos na igreja primitiva era que o mundo duraria 6000 anos desde a criação e então haveria um reinado de Cristo literal de 1000 anos, seguido pelos novos céus e nova terra (o 8º dia). Vemos isto na Epístola de Barnabé, Ireneu, Justino Mártir, Lactâncio, Papias e Hipólito, que disseram que a construção do terceiro templo significaria o fim do tempo presente e o começo iminente do reinado milenar de Cristo.
«O ponto mais marcante na escatologia do período anteniceno é o proeminente quiliasmo, ou milenarismo, que é a crença num reino visível de Cristo em glória na terra com os santos ressuscitados por mil anos, antes da ressurreição geral e do juízo final. Ele, na verdade, não era a doutrina da igreja incorporada em algum credo ou forma de devoção, mas uma opinião amplamente corrente de mestres ilustres, como Barnabé, Papias, Justino Mártir, Ireneu, Tertuliano, Metódio e Lactâncio.» (Philip Schaff, History of the Christian Church, VIII vols. (Grand Rapids: Eerdmans Publishing Company, 1973), vol. II, p. 614).
No entanto, é preciso qualificar que no Diálogo com Trifão, Justino, embora assuma a posição quiliasta, admite que há muitos com opiniões diferentes, que são, ainda assim, cristãos verdadeiros e ortodoxos. Portanto, temos alguma evidência de uma alternativa ao quiliasmo já no início do século II. Também temos a doutrina amilenista explícita em Clemente e Orígenes, que provavelmente foram os seus inventores.
Isto não pretende ser um argumento acerca da verdade ou falsidade da doutrina quiliasta, mas é apenas um apontamento histórico. Sou agnóstico sobre o que acontecerá em detalhe após a segunda vinda de Cristo.
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