O Luteranismo, o Catolicismo e a Ortodoxia, cada um à sua maneira, enfatizam a “Presença Real”. Mas um problema básico da “Presença Real” é a forma como este dogma atinge a raiz da Encarnação – bem como da Ressurreição. É uma visão fundamentalmente anti-encarnacional da Eucaristia.
Jesus tinha um corpo. Um
corpo de verdade. Um corpo físico. Isto fica claro nos Evangelhos. Ele tinha um
corpo visível e tangível. Um corpo com altura e peso normal, comparável ao de outros seres humanos com quem interagia.
Isto era verdade antes da
sua Ressurreição, e isto era igualmente verdade depois da sua Ressurreição. Na
verdade, tanto Lucas (Lc 24) como João (Jo 20-21) esforçam-se por acentuar o
caráter visível e tangível do corpo glorificado de Cristo. Embora Cristo
pudesse aparecer e desaparecer à vontade, quando estava presente, estava
presente de uma forma localmente tangível e definível. Localidade, não
ubiquidade. O seu corpo glorificado tinha propriedades empíricas.
Isso é essencial para a
teologia lucana da Ressurreição, como também para a teologia joanina da
Ressurreição. O corpo de Cristo Ressuscitado é algo que era possível aos
observadores ver e sentir.
Mas para defender a
“Presença Real” em relação aos elementos da comunhão, é necessário redefinir
radicalmente um corpo. E, no processo, é necessário redefinir radicalmente
tanto a Encarnação como a Ressurreição.
O fisicalista sacramental
despedaça a Encarnação e a Ressurreição em prol do seu dogma eucarístico. Para
salvar a doutrina, a corporalidade do corpo é despojada das suas propriedades
corporais.
Com efeito, o fisicalista
sacramental reduz o corpo de Cristo a um corpo astral ou a uma matéria subtil.
Ele tem que assumir uma "forte" sacramentologia à custa de uma fraca cristologia.
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