Enquanto a crença na presença real de Cristo na Eucaristia é comum a todas as tradições cristãs, uma vez que uma presença simbólica ou espiritual não é menos real que uma presença física, a transubstanciação como formulada por Aquino e sancionada em Trento é uma doutrina exclusiva da Igreja de Roma.
Por exemplo, as interpretações católica, luterana, ortodoxa e calvinista têm em comum a aceitação da presença real, mas também diferem entre si em relação a como é produzida.
Segundo o dogma católico da transubstanciação, em virtude das palavras da consagração o pão e o vinho tornam-se o corpo, o sangue, a alma e a divindade de Cristo, embora persistam os “acidentes” (forma, cor, odor, sabor e composição química) do pão e do vinho. Esta mudança é permanente, o que torna a hóstia em objeto de culto de adoração (latria).
O Luteranismo aceita a distinção aristotélica entre substância e acidente, mas não que o pão deixa de ser pão e o vinho deixa de ser vinho, mas que pelas palavras da consagração Cristo se faz verdadeiramente presente “em, com e sob” as espécies (consubstanciação).
Por seu lado os ortodoxos orientais rejeitam as controvérsias ocidentais e afirmam a presença real como símbolo (“pôr junto com”) e mistério, sem tentar explicar a forma em que é produzida; segundo uma página ortodoxa, “São o pão e o vinho molecularmente alterados para tornar-se carne e sangue físicos? É claro que não. Mas como o pão e o vinho, quando são ingeridos, se convertem como alimento na nossa própria carne e sangue de um modo desconhecido para nós, assim o pão e o vinho da Eucaristia tornam-se (também de um modo desconhecido para nós) o real corpo e sangue de Cristo na aparência e forma de pão e vinho.”
O Calvinismo ensina que Cristo está verdadeiramente presente na Eucaristia, mas de maneira espiritual – em oposição a uma presença física - e que portanto o pão e o vinho são fontes de poder e santidade para aqueles que participam dignamente deles.
A maioria das Igrejas cristãs evangélicas sustentam que o pão e o vinho são exclusivamente símbolos e, portanto, uma presença simbólica do corpo e sangue de Cristo nos elementos Eucarísticos, mas nem por isso menos real.
Portanto, a menos que se esteja a utilizar a expressão "presença real" como um termo técnico para presença física, todos os cristãos acreditam na presença real de Cristo na Eucaristia.
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