Os católicos são
frequentemente acusados de idolatria. Há vários
motivos para isso. Um é a veneração dos santos, especialmente de Maria. Outro é
a Adoração Eucarística.
Uma forma em que os
católicos tentam rechaçar a acusação é traçar distinções subtis entre dulia, hiperdulia
e latria.
Gostaria apenas de fazer
uma breve comparação. Eu considero que a veneração dos santos é um sincretismo
disfarçado: apenas substitui deuses padroeiros por santos padroeiros. Nomes
diferentes, a mesma função, a mesma mentalidade.
Ora, um idólatra pagão
também pode distinguir entre graus ascendentes ou descendentes de veneração. No
politeísmo, o panteão tem uma hierarquia. Nem todos os deuses ou deusas são
criados iguais. Existem deuses superiores e deuses inferiores.
Se alguém for um marinheiro,
é melhor prestar vénias a Posídon. Mas se uma pessoa viver em terra firme, tem pouco a temer de Posídon. Ela está fora da sua
jurisdição.
Ninguém quer ter a
inimizade de deuses ou deusas poderosos e vingativos como Zeus, Juno e Marte.
No entanto, Vénus não é muito intimidante. Da mesma forma, Vulcano não é
terrivelmente ameaçador — a menos para alguém que viva na sombra do Monte
Vesúvio.
No hinduísmo, um hindu
piedoso normalmente se torna devoto de uma divindade em particular, como
Vishnu, Shiva, Devi, Durga, Kali, Rama ou Krishna.
O meu ponto é que é fácil traçar paralelos entre a devoção pagã e a devoção católica a este respeito. Tanto católicos quanto pagãos têm uma gradação no grau de veneração que concedem à numina. Desenhar distinções refinadas não protege o catolicismo da acusação de idolatria, pois os pagãos podem e fazem a mesma coisa em relação à hierarquia divina.
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