Dois pilares distintivos
de uma eclesiologia protestante são:
1) a igreja é falível.
2) a igreja não está
restrita a uma instituição.
Ambas as coisas parecem bastante
modestas.
(1) significa que a igreja
não é infalível e, portanto, está subordinada à Escritura. Isso não parece ser difícil
de aceitar. Afinal, a Escritura é revelação «soprada» por Deus. A
infalibilidade eclesial pós-apostólica nunca existiu e não tem nenhuma base na fundação
da nossa religião (não, Mateus 16:18 não ensina infalibilidade, apenas indefectibilidade, a qual afirmamos). Até Agostinho pensava que os concílios ecuménicos eram
falíveis e, portanto, estavam sujeitos à Escritura.
(2) significa que a igreja reúne-se dentro de múltiplas instituições. Isso também pode ser aceite de imediato. Vê-se frutos evidentes da Igreja (exorcismos, glória da Trindade, salvação, etc.) em múltiplas expressões institucionais. Isto é uma enorme vantagem protestante porque a maioria das outras tradições têm que introduzir permanentemente novas condições históricas para tentarem dar sentido a si mesmas hoje.
Então... por que não ser protestante? Fica-se com uma igreja maior, mais católica e deixa-se de estar preso a erros e acréscimos ilegítimos que eram obviamente desconhecidos dos apóstolos e considerados hoje irreformáveis (como a veneração de ícones ou a oração a Maria).
“A Igreja… é a sociedade de todos os santos, uma sociedade que, espalhada por todo o mundo e existindo em todas as épocas, mas unida por uma só doutrina e por um só Espírito de Cristo, cultiva e observa a unidade de fé e a concórdia fraterna. Com esta Igreja negamos que tenhamos qualquer desacordo” (João Calvino, 1539).

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