A
Igreja de Roma, assim como as Orientais dizem dar importância à tradição.
No
entanto, ao que parece veneram a tradição com os lábios, mas só a têm em conta
quando lhes convém.
Eis
aqui um caso onde a tradição e o consenso dos padres diz uma coisa, e as
Igrejas romana e orientais dizem o contrário. Pelo que demonstram ser elas a
sua própria autoridade, e não as Escrituras, nem sequer a autêntica tradição
primitiva.
Ireneu de
Lyon diz: “Como a Igreja
recebeu liberalmente do Senhor, assim liberalmente ministra e nada pede. Nada
faz pela evocação dos anjos, nem por encantamentos e outras perversas artes
curiosas, mas dirigindo as suas orações num espírito puro, sincero e directo ao
Senhor, de quem são todas as coisas, e invocando o nome de nosso Senhor Jesus
Cristo, ela foi acostumada a operar milagres em benefício dos homens, e não
para levá-los ao erro” (Adv
Haer, II,32,5).
E ainda: “Denominam-se Gnósticos. Eles também possuem imagens, algumas delas pintadas, e outras formadas a partir de diferentes tipos de materiais; e afirmam que uma imagem de Cristo foi feita por Pilatos no tempo em que Jesus viveu entre eles. E coroam estas imagens e as expõem com as imagens dos filósofos do mundo, a saber, com as imagens de Pitágoras, de Platão, de Aristóteles e de outros. Eles têm também outras formas de honrar estas imagens, precisamente como os pagãos” (Adv Haer, I, 25,6).
Clemente de Alexandria sentencia: “É uma tolice extrema rogar como deuses àqueles que não são deuses, porque há um só bom Deus; nós e os anjos suplicamos unicamente a Ele” (Stromata, v.4, MG 11, 1185). E noutro lugar: “Toda imagem ou estátua deve chamar-se ídolo porque não é outra coisa que matéria vil e profana, e por isso Deus, para arrancar pela raiz a idolatria, proibiu em seu culto qualquer imagem ou semelhança das coisas que estão no céu ou na terra, proibindo igualmente a sua fabricação; e é por isto que nós os cristãos não temos nenhuma daquelas representações materiais”.
E ainda: “Denominam-se Gnósticos. Eles também possuem imagens, algumas delas pintadas, e outras formadas a partir de diferentes tipos de materiais; e afirmam que uma imagem de Cristo foi feita por Pilatos no tempo em que Jesus viveu entre eles. E coroam estas imagens e as expõem com as imagens dos filósofos do mundo, a saber, com as imagens de Pitágoras, de Platão, de Aristóteles e de outros. Eles têm também outras formas de honrar estas imagens, precisamente como os pagãos” (Adv Haer, I, 25,6).
Clemente de Alexandria sentencia: “É uma tolice extrema rogar como deuses àqueles que não são deuses, porque há um só bom Deus; nós e os anjos suplicamos unicamente a Ele” (Stromata, v.4, MG 11, 1185). E noutro lugar: “Toda imagem ou estátua deve chamar-se ídolo porque não é outra coisa que matéria vil e profana, e por isso Deus, para arrancar pela raiz a idolatria, proibiu em seu culto qualquer imagem ou semelhança das coisas que estão no céu ou na terra, proibindo igualmente a sua fabricação; e é por isto que nós os cristãos não temos nenhuma daquelas representações materiais”.
Orígenes o célebre escritor e teólogo do século
III, diz em Contra Celso: “Os anjos seguem com interesse a tua salvação. Foram
dados como ajudadores do Filho de Deus; mas toda a oração que se dirija a Deus,
seja rogativa ou em acção de graças, deve elevar-se para Ele por Cristo, o Sumo
Sacerdote, que está sobre todos os anjos...os homens não conhecem os anjos e,
portanto, não é razoável que se dirijam a eles em vez de dirigir-se a Cristo, a
quem conhecem. Ainda que tivéssemos o conhecimento deles, não nos seria
permitido dirigir nossas orações a nenhum outro ser senão a Deus, o Senhor de
toda a criação, que é suficiente para todos, e vamos também a Ele por nosso
Salvador, o Filho de Deus”. E também: “São os mais ignorantes que não se envergonham de dirigir-se a objectos sem vida ... e ainda que alguns possam dizer que estes objectos não são deuses mas tão-só imitações deles e símbolos, contudo se necessita ser ignorante e escravo para supor que as mãos vis de uns artesãos possam modelar a semelhança da Divindade; vos asseguramos que o mais humilde dos nossos se vê livre de tamanha ignorância e falta de discernimento” (Contra Celso, 6:14).
E noutro lugar: “Nenhum de nós confie no seu pai justo, na sua santa mãe, nos seus castos irmãos. Bem-aventurado o homem que põe a sua esperança em si mesmo e no caminho recto. Aos que confiam nos santos direi como admoestação: “Maldito o varão que confia no homem” (Jeremias 17:5), e: “Melhor é esperar em YHVH que esperar no homem” (Salmos 118:8). Se fosse necessário confiar-nos a alguém, deixemos todos os outros e confiemos no Senhor” (Ezequiel 17. Homilia IV, MG 13, 702-703).
Lactâncio escreveu: “É indubitável que onde quer que há uma imagem não há religião. Porque se a religião consiste de coisas divinas, e não há nada divino a não ser nas coisas celestiais, segue-se que as imagens se acham fora da esfera da religião, porque não pode haver nada de celestial no que se faz da terra ... não há religião nas imagens, mas uma simples imitação de religião” (Instituições Divinas 2:19).
E noutro lugar: “Nenhum de nós confie no seu pai justo, na sua santa mãe, nos seus castos irmãos. Bem-aventurado o homem que põe a sua esperança em si mesmo e no caminho recto. Aos que confiam nos santos direi como admoestação: “Maldito o varão que confia no homem” (Jeremias 17:5), e: “Melhor é esperar em YHVH que esperar no homem” (Salmos 118:8). Se fosse necessário confiar-nos a alguém, deixemos todos os outros e confiemos no Senhor” (Ezequiel 17. Homilia IV, MG 13, 702-703).
Lactâncio escreveu: “É indubitável que onde quer que há uma imagem não há religião. Porque se a religião consiste de coisas divinas, e não há nada divino a não ser nas coisas celestiais, segue-se que as imagens se acham fora da esfera da religião, porque não pode haver nada de celestial no que se faz da terra ... não há religião nas imagens, mas uma simples imitação de religião” (Instituições Divinas 2:19).
Cipriano declara: “Para quê prostrar-se diante das imagens? Eleva os teus olhos ao céu
e o teu coração; aí é onde deves buscar a Deus” (Ad Demetr. Pág.191).
Agostinho de Hipona afirmou: “Que não seja a
nossa religião o culto das obras feitas por mão de homem...que não seja a nossa
religião o culto dos animais. Pois são melhores que elas os mais ínfimos homens
aos quais, no entanto, não devemos prestar culto. Que não seja a nossa religião
o culto dos defuntos, porque se viviam uma vida santa, é impossível crer que
desejem tais honras, antes desejam que demos o nosso culto Àquele a quem
devemos ser participantes com eles da salvação. Portanto, temos que prestar-lhes
honra imitando-os, e não prestando-lhes culto religioso” (De vera Rel., LV, 108; ML 24,169).
E também...
“A única imagem que nós devemos fazer de Cristo é ter sempre presente a sua
humildade, a sua paciência, a sua bondade, e esforçar-nos para que a nossa vida
em tudo se pareça à sua. Aqueles que andam em busca de Jesus e dos seus
apóstolos pintados nas paredes, longe de conformar-se com as Escrituras, caem
no erro” (De consens. Evang., Lib.1,
cap.10).
Jerónimo relata-nos uma carta de Epifânio
na qual este santo narra: “Num sítio da aldeia que eu visitei, achei pendurado
na porta da igreja um véu sobre o qual se encontrava pintada a imagem de
Cristo, e outra de um santo, e nem vi bem quem, contra a Sagrada Escritura, a
imagem de um homem estava pendurada na igreja de Cristo, eu rasguei aquele véu,
aconselhando o sacristão que o usasse antes para a sepultura de algum pobre” (Obras de São Jerónimo, tomo II, carta 52).
Eusébio de Cesareia diz: “Que lhe repugna só a ideia de que possa haver pinturas nos lugares
destinados ao culto” (Eusébio, Epístola a Constância Augusta).
O culto às imagens defendido hoje pelas Igrejas romana e orientais é simplesmente o resultado do sincretismo entre o cristianismo e as culturas pagãs grega e romana, ocorrido depois do cristianismo se ter tornado a religião do império.
O culto às imagens defendido hoje pelas Igrejas romana e orientais é simplesmente o resultado do sincretismo entre o cristianismo e as culturas pagãs grega e romana, ocorrido depois do cristianismo se ter tornado a religião do império.
Nenhum autor cristão ortodoxo dos
primeiros quatro séculos da Igreja inculcou, promoveu ou defendeu o culto às
imagens. Observa-se a partir do
século V controvérsias e finalmente o que era uma abominação transforma-se
na "ortodoxia" em finais do século VIII.
me diga uma coisa amigo, quando na parte em que clememnte está falando " “É uma tolice extrema rogar como deuses àqueles que não são deuses, porque há um só bom Deus; nós e os anjos suplicamos unicamente a Ele” (Stromata, v.4, MG 11, 1185). E noutro lugar: “Toda imagem ou estátua deve chamar-se ídolo porque não é outra coisa que matéria vil e profana, e por isso Deus, para arrancar pela raiz a idolatria, proibiu em seu culto qualquer imagem ou semelhança das coisas que estão no céu ou na terra, proibindo igualmente a sua fabricação; e é por isto que nós os cristãos não temos nenhuma daquelas representações materiais”. aparece ai na referencia a palavra "noutro lugar" para se referir a outra parte de seu estudo esse "outro lugar" está em que parte da obra de clemente? por favor preciso dessa informação, obrigado
ResponderEliminarOlá,
ResponderEliminarEssa citação em particular foi tirada da página 32 deste livro: http://www.unionmedicaevangelica.com/wp-content/uploads/A-las-fuentes-del-cristianismo-Vila-Samuel.pdf.
Pode referenciar simplesmente colocando o nome deste livro e a respetiva página.
Eu estou convencido que a referência correta é algures no Estrómata na edição do Migne. Mas agora não lhe posso dar o local exato.
No entanto, se não quiser referenciar assim, existem imensas passagens de Clemente de Alexandria contra a veneração de imagens. Pode trocar esta citação por outra. Por exemplo,
Clement of Alexandria
"the law itself exhibits justice, and teaches wisdom, by abstinence from sensible images" - Clement of Alexandria (The Stromata, 2:18)
"familiarity with the sight disparages the reverence of what is divine; and to worship that which is immaterial by matter, is to dishonour it by sense." - Clement of Alexandria (The Stromata, 5:5)
"Works of art cannot then be sacred and divine." - Clement of Alexandria (The Stromata, 7:5)
For, in truth, an image is only dead matter shaped by the craftsman’s hand. But we have no sensible image of sensible matter, but an image that is perceived by the mind alone: God, who alone is truly God. (Exhortation to the Heathen 4)
But it is with a different kind of spell that art deludes you … it leads you to pay religious honor and worship to images and pictures. (Exhortation to the Heathen 5)
And let our seals be either a dove, a fish, a ship scudding before the wind, or a musical lyre, which Polycrates used, or a ship’s anchor, which Seleucus got engraved as a device. Then, if someone is fishing, he will remember the apostle and the children drawn out of the water. For we are not to delineate the faces of idols, we who are prohibited to cleave to them; nor a sword, nor a bow, since we follow peace; nor drinking cups, being temperate [meaning avoiding drunkenness, not drinking, as Clement recommends wine for those older than youth]. (The Instructor III:11)
The law itself exhibits justice and teaches wisdom by abstinence from sensible images and by calling out to the Maker and Father of the universe. (Miscellanies II:18)
And again, "Don’t wear a ring, nor engrave on it the images of the gods," enjoins Pythagoras. This is as Moses ages before enacted expressly, that neither a graven, molten, molded, nor painted likeness should be made, so that we may not cleave to tangible things, but instead move on to intellectual objects. For familiarity with the sight disparages the reverence of what is divine. And to worship that which is not material with matter is to dishonor it by sensation. Therefore the wisest of the Egyptian priests decided that the temple of Athene should be hypaethral [open air, roofless], just as the Hebrews constructed the temple without an image. (MiscellaniesV:6)
He who prohibited the making of a graven image would never himself have made an image in the likeness of holy things [i.e., by creating an image of them here on earth]. Nor is there at all any composite thing or creature endowed with sensation [made by God here on earth] like those in heaven. But the face is a symbol of the rational soul, the wings are the lofty ministers and energies of powers right and left, and the voice is delightful glory in endless contemplation. (Miscellanies V:6)
Now the images and temples constructed by mechanics are made of inert matter, so that they too are inert, material, and profane. Even if you perfect the art, it partakes of mechanical coarseness. Works of art cannot then be sacred and divine. (Miscellanies VII:5)
http://peacebyjesus.witnesstoday.org/Ancients_on_Images.html
http://www.christian-history.org/religious-icons-quotes.html
Orígenes de Alexandria, foi discípulo de Clemente, e dele diz o estudioso de patrística, John McGuckin "Orígenes de Alexandria no terceiro século permanece extremamente hostil à ideia de arte figurativa" (The Westminster Handbook To Patristic Theology [Louisville, Kentucky: Westminster John Knox Press, 2004], p. 32).
ok amado obrigado é que uma certa pessoa católica me pediu para mostrar esse "noutro lugar" quando copiei essa parte de seu texto e estava essa parte que diz "noutro lugar" dai passou a me acusar de eu era um embusteiro e que tinha modificado ou acrescentado á stromata algo que não estava lá e como não tive tempo de ver onde estava na stromata então por isso lhe solicitei ajuda, lhe agradeço, paz.
EliminarO culto às imagens que é praticado hoje na Igreja de Roma, e nas Igrejas Orientais, não é uma prática seguida “desde sempre” na Igreja.
ResponderEliminarDesde logo, não era seguida por Jesus Cristo, nem Paulo, nem Pedro, nem João, nem algum autor do Novo Testamento, o qual a condena nas referências que faz para fugir dos ídolos e da idolatria.
E nos primeiros séculos da Igreja se opuseram ao culto às imagens Atenágoras,
Teófilo,
Minúcio Félix,
Arnóbio,
Tertuliano,
Cipriano,
Orígenes,
Lactâncio,
O Concílio de Elvira (305),
Epifánio,
Agostinho de Hipona,
e inclusive, em finais do século VI e princípios do VII o papa Gregório Magno que, como é correto, admitia as imagens para instrução mas não que se lhes prestasse culto.
O culto às imagens foi condenado pelo Concílio de Hieria (754), onde mais de trezentos bispos debateram o assunto.
Foi, no entanto, defendido e transformado em dogma de fé, contra as Escrituras, pelo Concílio II de Niceia (787), onde não se permitiu a participação dos bispos que se opunham ao uso das imagens.
Não somente muitos mestres dos primeiros séculos se opuseram explicitamente ao culto às imagens, como também é impossível encontrar sequer um que defendesse tal aberração.
A iconolatria irrompeu na igreja proveniente diretamente do paganismo, e desde o século VIII até hoje permaneceu em Roma e nas Igrejas Orientais.
Foi expulsa com justiça das congregações protestantes resultantes da Reforma do século XVI.
Por isso, esta prática tão cara ao romanismo é uma das coisas que mais nos separam dele.
"Stromata, v.4, MG 11, 1185" - Não entendi esta referência. Estou com o Stromata em mãos e não sei em que livro ou capítulo devo conferir. Você como bom apologista não deveria fiar em citações de terceiros, mas ir direto à fonte.
ResponderEliminar2.
Você como bom comentador devia ler primeiro mais atentamente os comentários anteriores para ver se a questão que coloca já não foi tratada. Então faça o favor de ler a segunda mensagem.
EliminarTambém se vê que é um pouco ingénuo, exigir que se confira todas as citações de terceiros é um absurdo. Se isso fosse posto em prática o mundo simplesmente paralisava. Quer na ciência, na vida académica, quer na vida do dia a dia do cidadão comum.
Para se poder progredir tem que se confiar necessariamente em afirmações de fontes secundárias porque senão ninguém fazia outra coisa senão andar a conferir as fontes in loco. É por isso que os artigos científicos estão cheios de citações de fontes secundárias e não só de primárias. Aliás se se cita uma fonte secundária é porque não se conferiu a primária.
Mas tem dúvidas que Clemente de Alexandria abominava o culto às imagens? Também se pode dar o caso da sua edição do Stromata ter algum problema. É melhor ir ler o texto original em grego e não confiar no tradutor :)
Tive a infeliz ideia de clicar no seu perfil e não é que verifico que está cheio de imposturas publicadas.
EliminarVem aqui cheio de rigor questionar uma citação de Clemente de Alexandria, onde a ideia que se pretende defender está mais que perfilhada em outras suas passagens e atestada na história da Igreja. É o mesmo que questionar uma citação de Atanásio onde se defende a divindade de Cristo. E entretanto publica as imposturas mais primárias no Google +.
Quer dizer, coa um mosquito e engole um camelo....
"Não encontramos nada em Clemente a aprovar a noção de que as orações devem ser dirigidas a eles. [Aos anjos]. Ele representa-os, bem como os homens, a orar a Deus por bênçãos"
ResponderEliminarJohn Kaye, Some account of the writings and opinions of Clement of Alexandria, (London, J.G. & F. Rivington, 1835), pag. 538
https://books.google.pt/books?id=MqAOvFfboAcC&lpg=PA358&ots=yrIkX3JNqW&dq=clement%20of%20alexandria%20pray%20to%20angels&hl=pt-PT&pg=PA358#v=onepage&q&f=false
Não fica pedra sobre pedra
ResponderEliminarhttps://respostascristas.blogspot.com/2018/06/os-pais-da-igreja-pre-nicenos-e-o-culto.html