sexta-feira, 4 de junho de 2021

Lactâncio e a simplicidade das Escrituras

 

Lactâncio (ca. 240 — ca. 320), em Divinae Institutiones 5.1.15-18, escreveu ao imperador que os escritos sagrados dos cristãos (presumivelmente incluindo o AT e o NT) eram desprezados pelos eruditos do mundo secular porque eram verdadeiros e sem embelezamento e não se concentravam em agradar aos ouvidos dos ouvintes. Isso é relevante para tentativas de alegação que os Evangelhos teriam usado "artifícios composicionais" greco-romanos para mudar os factos e que o seu público não se importaria. Mas não somente não há evidências para sustentar a existência do género que os teóricos afirmam, como as Escrituras cristãs eram explicitamente conhecidas nos tempos antigos pela sua simplicidade e ausência de embelezamento retórico.

Este ponto encaixa-se com o que Paulo diz em 1 Coríntios. 1:26: “Considerai, pois, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados...”. Ao longo desta passagem Paulo enfatiza que a eloquência de palavras é um "extra" na propagação do evangelho e que, em geral, o evangelho e o cristianismo estão associados à verdade franca da mensagem, em vez de a floreados retóricos.

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