Alguns
católicos lidam com o papa Francisco assumindo a posição de que, mesmo que ele
seja um herege, isso não tem grande importância, desde que as suas opiniões
heréticas sejam apenas um seu ponto de vista privado, e não um dogma.
Mas é claro que isso representa um dilema. E se Francisco oficializar as suas heresias? Então, elas deixam de ser heréticas. A heresia de ontem pode ser a ortodoxia de amanhã, enquanto a ortodoxia de ontem pode ser a heresia de amanhã.
O catolicismo é semelhante ao voluntarismo teológico nesse aspecto. De acordo com o voluntarismo, nada é intrinsecamente certo ou errado. Depende do ditame arbitrário de Deus.
No catolicismo, nada é herético, a menos que seja oficialmente herético. É herético se um concílio ecuménico condenar.
O catolicismo é como o gato de Schrödinger, suspenso num estado de sobreposição onde está vivo e morto até que alguém abra a caixa e espreite para dentro.
Francisco é um herege até tornar a heresia oficial, momento em que se torna dogma.
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