Entre os
Padres antenicenos, (pseudo) Barnabé fala do batismo como uma purificação
para os que colocaram a sua confiança na cruz.
Justino
Mártir menciona que podemos obter «na água a remissão de pecados» quando é
pronunciado «sobre quem escolhe ser nascido de novo e se arrependeu dos seus
pecados» o nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Em
outro lado Justino fala do batismo como de água da vida, capaz de purificar a
alma, comparando-o com «o batismo que somente limpa a carne e o corpo». E
também diz que Cristo nos redimiu sendo crucificado no madeiro e purificando-nos
com água.
Teófilo
fala do batismo como «um sinal de homens destinados a receber arrependimento e
remissão de pecados, através da água e lavagem da regeneração - tantos quantos
venham à verdade e nasçam de novo».
Ireneu
pergunta, quando trazemos a imagem do Celestial? E responde: «Sem dúvida quando
Ele diz, "Haveis sido lavados", crendo no nome do Senhor».
Em
outro lado compara o batismo com a lavagem de Naamã o sírio, e toma-o como um símbolo para nós, que somos leprosos em
pecados. Somos, diz, «limpos das nossas velhas transgressões por meio da água
sagrada e da invocação do Senhor», e cita João 3:5.
Clemente
de Alexandria afirma que «nos arrependemos dos nossos pecados, renunciamos às nossas
iniquidades, e somos purificados pelo batismo».
Tertuliano
tem várias passagens que sugeririam uma regeneração batismal, mas também diz
claramente: «Não somos lavados para que possamos cessar de pecar, mas porque cessámos,
já que no coração já fomos lavados. Pois o primeiro batismo do crente é este:
um perfeito temor...».
Hipólito
compara a Igreja com um barco, e diz que a rede que traz é «o banho da regeneração
que renova os que creem ... Como o vento, o Espírito que vem do céu está
presente, por quem aqueles que creem são selados».
Orígenes
nota que o benefício do batismo «está ligado com a intenção da pessoa batizada.
Para quem se arrepende, é salvador. No entanto, para quem vem a ele sem
arrependimento, produzirá maior condenação».
Entre
os Padres do século III, é Cipriano quem apresenta mais claramente a posição da
regeneração batismal, embora também Vitorino e Metódio se expressem nesta direção.
No entanto, não o entendem no sentido ex opere operato (em virtude do
próprio ato) como o ensina a Igreja Católica. [1]
Em
finais do seguinte século, as Constituições Apostólicas sustentam que quando os
pagãos se arrependem são recebidos na Igreja, mas não são admitidos à comunhão
«até terem recebido o selo do batismo e se tornado cristãos completos».
[1] A formulação da eficácia sacramental como ex opere operatum, em virtude do próprio ato realizado, em lugar de opus operans, a ação subjetiva ou opus operantis, em virtude da disposição subjetiva de quem recebe o sacramento, é um legado da escolástica (a partir de finais do século XII). A doutrina foi afirmada dogmaticamente no Concílio de Trento, na sua Sétima Sessão de 3 de Março de 1547.
Estimado Blogueiro!
ResponderEliminarGostaria,se puder, das referências das citações!Poderíamos evitar que os romanistas nos acusassem de falsificação intelectual de documentos e também ficaria muito melhor para fins didáticos!
E também daria mais segurança documental aos argumentos!
Olhar Crítico,
ResponderEliminarO Protestantismo durante a Reforma no século XV inventou que o Batismo não pode ser ministrado às crianças. Esta novidade foi introduzida pelos Anabatistas. Note que os primeros protestantes (Luteranos, Presbiterianos, Calvinista e Anglicanos), guardam até hoje o batismo de crianças.
"Deixai vir a mim as criancinhas e não as impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se parecem com elas" (Lc 18,16).
Testemunhos primitivos.
"Ele (Jesus) veio para salvar a todos através dele mesmo, isto é, a todos que através dele são renascidos em Deus: bebês, crianças, jovens e adultos. Portanto, ele passa através de toda idade, torna-se um bebê para um bebê, santificando os bebês; uma criança para as crianças, santificando-as nessa idade...(e assim por diante); ele pode ser o mestre perfeito em todas as coisas, perfeito não somente manifestando a verdade, perfeito também com respeito a cada idade" (Santo Irineu, ano 189 - Contra Heresias II,22,4).
"Onde não há escassez de água, a água corrente deve passar pela fonte batismal ou ser derramada por cima; mas se a água é escassa, seja em situação constante, seja em determinadas ocasiões, então se use qualquer água disponível. Dispa-se-lhes de suas roupas, batize-se primeiro as crianças, e se elas podem falar, deixe-as falar. Se não, que seus pais ou outros parentes falem por elas" (Hipólito, ano 215 - Tradição Apostólica 21,16).
"A Igreja recebeu dos apóstolos a tradição de dar Batismo mesmo às crianças. Os apóstolos, aos quais foi dado os segredos dos divinos sacramentos sabiam que havia em cada pessoa inclinações inatas do pecado (original), que deviam ser lavadas pela água e pelo Espírito" (Orígenes, ano 248 - Comentários sobre a Epístola aos Romanos 5:9)
"Do batismo e da graça não devemos afastar as crianças" (São Cipriano, ano 248 - Carta a Fido).
A citação de Origenes apresentada pelo apologista católico não é autêntica.
ResponderEliminarÉ tirada da tradução de Rufino das obras de Origenes que está cheia de cortes, interpolações e adições. De modo que não é confiável.
Blog Conhecereis a Verdade,
ResponderEliminarPõe então a citação verdadeira e ,por favor,apologista católico,traga aqui as citações patrísticas dos sites de pesquisa(ccel,new advent church fathers...) e não de sites farsantes!
Não existe citação verdadeira porque o original da obra de Orígenes perdeu-se. O que existe é a tradução de Rufino que não é confiável por estar cheia de interpolações.
ResponderEliminarOra comparando essa citação da tradução de Rufino com outros textos originais de Origenes em que ele fala do Batismo, como por exemplo o que está neste post, facilmente se compreende que há aí marosca na versão de Rufino.
"A citação de Origenes apresentada pelo apologista católico não é autêntica.
ResponderEliminarÉ tirada da tradução de Rufino das obras de Origenes que está cheia de cortes, interpolações e adições. De modo que não é confiável."
Rapaz como é isso? Quando uma citação patrística favorece a interpretação romana então lá vem eles dizendo que está adulterado...Impressionante!!!!!!E os loucos recortes patrísticos que os protestantes fazem não são adulteração nenhuma...não!!!!?Imagina né?! Meu Deus!!!Cada uma que a gente tem que aguentar.....Tem misericórdia Senhor!!!!
O primeiro a acusar Rufino de ter adulterado o pensamento de Orígenes nas suas traduções foi Jerónimo. Não sei se o considera protestante.
ResponderEliminarE quem faz loucos recortes patristicos são os católicos romanos, como se demonstra amplamente por toda essa internet fora, na tentativa de fazer crer que estes autores cristãos dos primeiros séculos acreditavam nas suas doutrinas espúrias e tardias, com as quais nem sonhavam.