“Entretanto,
tem prevalecido o erro perniciosíssimo de que o valor que assiste à Escritura é
apenas até onde os alvitres da Igreja concedem. Como se de fato a eterna
e inviolável verdade de Deus se apoiasse no arbítrio dos homens! Pois, com
grande escárnio do Espírito Santo, assim indagam: “Quem porventura nos pode
fazer crer que essas coisas provieram de Deus?” Quem, por acaso, nos pode
atestar que elas chegaram até nossos dias inteiras e intatas? Quem,
afinal, nos pode persuadir de que este livro deve ser recebido
reverentemente, excluindo um outro de seu número, a não ser que a Igreja
prescrevesse a norma infalível de todas essas coisas?””
“Mas, palradores
desse gênero se refutam sobejamente com apenas uma palavra do Apóstolo.
Categoriza ele [Ef 2.20] que a Igreja se sustém no fundamento dos profetas e
dos apóstolos. Se o fundamento da Igreja é a doutrina profética e apostólica, é
necessário que esta doutrina tenha sua inteira infalibilidade antes que a
Igreja começasse a existir. Nem procede o que sofisticamente arrazoam,
a saber, ainda que daqui derive a Igreja sua origem e começo, a não ser
que se interponha o arbítrio da própria Igreja, permanece em dúvida quais coisas
se devam atribuir aos profetas e aos apóstolos. Ora, se de início a Igreja
Cristã foi fundada nos escritos dos profetas e na pregação dos apóstolos, onde
quer que esta doutrina se encontre, sua aceitação, sem a qual a própria Igreja
jamais teria existido, indubitavelmente precedeu à Igreja.
Portanto, mui
fútil é a ficção de que o poder de julgar a Escritura está na alçada da Igreja,
de sorte que se deva entender que do arbítrio desta, a Igreja,
depende a certeza daquela, a Escritura. Consequentemente,
enquanto a recebe e com sua aprovação a sela, a Igreja não a converte
de duvidosa em autêntica, ou de outro modo seria controvertida; ao contrário,
visto que a reconhece como sendo a verdade de seu Deus, por injunção da
piedade, a venera sem qualquer restrição.
Quanto, porém, ao que perguntam: Como seremos persuadidos de
que as Escrituras provieram de Deus, a não ser que nos refugiemos no
decreto da Igreja? É exatamente como se alguém perguntasse: de onde
aprenderemos a distinguir a luz das trevas, o branco do preto, o doce do
amargo? Pois a Escritura manifesta plenamente evidência não menos diáfana de
sua veracidade, que de sua cor as coisas brancas e pretas, de seu sabor,
as doces e amargas.”
Fonte: As Institutas de João Calvino
I.7.1-2
Gostaria de saber se aquilo que chamam de "salvação calvinista" ou predestinação é mesmo verdade,pois alguns dizem que Calvino pregava que Deus designou uns para o céu e outros para o inferno!!!!É o famoso destino manifesto ou predestinação fatalista...
ResponderEliminarE também gostaria de saber se Lutero e Calvino divergiam sobre o tema da mortalidade da alma,pois os blogs romanistas os atribuem os títulos de pai das divisões e de que eles não concordavam entre si...um cria que a morte era um sono e o outro cria que a alma é imortal...isso é verdade ou pura difamação dos blogueiros romanistas?
Pax Christi1
Sobre Lutero acreditar no "sono da alma" este artigo aí deve lhe tirar todas as dúvidas.
ResponderEliminarhttp://www.e-cristianismo.com.br/pt/lutero/236-o-lutero-adventista-do-setimo-dia