Por vezes ouve-se dizer que os cristãos copiaram ou tomaram emprestado várias coisas de religiões pagãs anteriores ao cristianismo. O símbolo do peixe é uma delas. Há quem diga que ele foi copiado de cultos pagãos da fertilidade e que a mitra, que usam os bispos (católicos e anglicanos), está relacionada com isso, pois nalgumas religiões pagãs o sacerdote se vestia de peixe correspondendo a cabeça à mitra.
O problema com estas e outras relações que se
traçam livremente, é que levam a afirmar taxativamente, com base em semelhanças
superficiais ou coincidências, certas ligações para as quais não se apresenta a
mínima evidência histórica.
Ao faltar vínculos orgânicos entre as crenças,
cultos e religiões pagãs, e o cristianismo primitivo, cujos membros aborreciam
tudo o que cheirasse a pagão (e estavam dispostos a morrer pelas suas crenças),
tais coincidências dificilmente indicam algo mais do que certos
símbolos, como a cruz e o peixe, foram e são usados com significados muito diferentes
por diversos grupos.
Para demonstrar que o cristianismo copiou o
símbolo do peixe do paganismo, dever-se-á explicar, com a documentação
pertinente, de que modo, quando e por que razão ocorreu tal coisa.
Em ausência de tal explicação e da evidência que a
apoie e corrobore, a hipótese carece de rigor histórico.
Neste caso
concreto deve observar-se que embora o peixe tenha servido como símbolo de
diversos cultos não cristãos antigos, não há a menor evidência de que os
antigos cristãos o tenham recebido por esta via.
Na verdade, desconhece-se
quem foi o primeiro discípulo de Cristo que usou o simbolismo do peixe, mas a
evidência arqueológica indica que já era um sinal de identificação próprio dos
cristãos na primeira metade do século II.
Em finais do
mesmo século, Clemente de Alexandria recomendava aos crentes que incluíssem uma
pomba ou um peixe nos seus carimbos. Existem incidentes e ditos do Evangelho que
perfeitamente podem ter servido de motivação para o uso deste símbolo.
1. Jesus
chamou os apóstolos a ser "pescadores de homens".
2. Pelo
menos quatro dos Doze eram pescadores de profissão.
3. Jesus
multiplicou pães e peixes, e se o pão podia ser símbolo d`Ele, também podia sê-lo
o peixe (de facto, na Igreja medieval o peixe tornou-se também um símbolo
eucarístico).
4. No seu tratado
sobre o batismo, Tertuliano nota que, como peixinhos, os cristãos "nascem"
na água batismal, segundo o seu ICHTHYS, Jesus Cristo.
Para além
disso, parece claro que o que perpetuou o símbolo do peixe foi que esta palavra
em grego servia como acróstico de "Jesus Cristo,
Filho de Deus, Salvador".
Dificilmente
o simbolismo pode ter relação com cultos em que o oficiante se disfarçava de
peixe. Em primeiro lugar porque o peixe nunca se tornou objeto de adoração,
nem se associou com cultos de fertilidade dentro do cristianismo. E em segundo
lugar, porque a mitra (palavra derivada do grego "turbante") que usam
os bispos, que pode assemelhar-se a uma cabeça de peixe, foi desconhecida na
Igreja antes do século XI, quando o símbolo do peixe já tinha um milénio de
existência.
Em conclusão,
não importa o que tenha significado o peixe para diversas religiões, sabemos o
que significa para nós cristãos:
Iesous Christos,Theou Yios, Soter
O natal e outras feriados festivos também foram pura coincidência?
ResponderEliminarA festa do Natal é uma aculturação cristã de uma antiga festa pagã que existia no império romano e uma miscelânea de tradições de várias origens.
ResponderEliminarhttp://conhecereis-a-verdade.blogspot.pt/2013/12/sobre-o-natal-e-suas-origens.html
Quantos a outros feriados festivos não sei a que se refere....