Os Padres da Igreja podem nos ensinar muitas coisas. Mas uma convicção que eles mesmos enfatizaram é que eles não eram iguais às Escrituras. Honramos os Padres da Igreja não apenas ouvindo-os, mas avaliando os seus ensinamentos à luz mais clara da Palavra de Deus.
Aqui está um exemplo de Agostinho:
«Quanto aos nossos
escritos, que não são uma regra de fé ou prática, mas apenas uma ajuda para edificação,
podemos supor que contêm algumas coisas que ficam aquém da verdade em assuntos
obscuros e recônditos, e que esses erros podem ou não ser corrigidos em
tratados posteriores... Nos inúmeros livros que foram escritos ultimamente,
podemos às vezes encontrar a mesma verdade que está nas Escrituras, mas não a
mesma autoridade. As Escrituras têm uma sacralidade peculiar a si mesmas. Em
outros livros, o leitor pode formar a sua própria opinião e, talvez, por não entender
o escritor, pode discordar dele e pode se pronunciar a favor do que lhe parece
bem ou contra o que não gosta. Em tais casos, um homem tem a liberdade de reter
a sua crença, a não ser que haja alguma demonstração clara ou alguma autoridade
canónica para mostrar que a doutrina ou declaração deve ou pode ser verdadeira.
Mas, em consequência da peculiaridade distintiva dos escritos sagrados, estamos
obrigados a receber como verdadeiro tudo o que o cânon mostra ter sido dito por
um profeta, apóstolo ou evangelista» (Contra Fausto 11.5).
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