Um possível modelo para a formação do cânon hebraico pode ser sugerido aqui em linhas gerais. Deuteronómio 31:26 regista que o "livro da lei" (presumivelmente Deuteronómio ou um texto semelhante a ele) deveria ser colocado no lugar santíssimo do tabernáculo. À medida que a Palavra de Deus era escrita, ia sendo coletada e preservada no templo de Jerusalém, onde podia ser lida e copiada por outros interessados no seu conteúdo. Em 586 a.C, cópias terão sido levadas pelos exilados para fora do país, enquanto outras cópias podem ter sido escondidas perto de Jerusalém. Mesmo se cópias já não estavam presentes em Jerusalém, Esdras voltou com os livros da Lei (o Pentateuco). Ele e outros podem ter trazido novamente vários livros da Bíblia para Jerusalém. Seja como for, uma coleção no templo permitia aos sacerdotes regular o que consideravam Escritura e o que não consideravam. Em algum momento, a profecia foi considerada como tendo cessado, e os rolos finais entraram na coleção [Assim, 1 Mac 4:46, "Até que venha um profeta", sugere a ausência de profecia]. Depois disso, tanto quanto as fontes atestam [1 e 2 Macabeus, bem como as fontes citadas acima que atestam as principais divisões e o número de livros nas Escrituras Hebraicas], nenhum outro rolo foi adicionado à Bíblia Hebraica conforme preservada no templo de Jerusalém. Conforme observado acima, esses eram os trinta e nove livros que vieram a ser conhecidos como Antigo Testamento. Os rabinos reconheceram a autoridade desses textos após a queda de Jerusalém em 70 d.C.
Richard Hess, The Old Testament: A Historical,
Theological, and Critical Introduction (Baker 2016), 8-9.
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