"Segundo uma antiga tradição espanhola, dada no Breviário Romano (para 12 de Outubro, Ad. mat., lect. vi), o santuário original [da Virgem do Pilar] foi construído por São Tiago Apóstolo por vontade da Virgem, que lhe apareceu enquanto estava a orar na margem do rio Ebro em Saragoça. Tem havido muita discussão acerca da verdade da tradição. Monsenhor L. Duchesne nega, como o fez Baronio, a vinda de São Tiago a Espanha, e reproduz argumentos baseados nos escritos do XII Concílio Ecuménico [IV Laterano, 1215], descobertos por Loaisa, mas rejeitados como espúrios pelo académico jesuíta Fita e muitos outros. Os que defendem a tradição aduzem o testemunho de São Jerónimo (PL XXIV, 373) e o da liturgia moçárabe. O testemunho escrito mais antigo da devoção à Bendita Virgem em Saragoça usualmente citado é o de Pedro Librana (1155). Fita publicou dados de dois túmulos cristãos em Saragoça, que datam de tempos romanos, nos quais é representada a Assunção de Maria".
J.M. March, Nuestra Señora del Pilar, em The Catholic Encyclopedia, vol. 12 (1911)
Ou seja, trata-se de uma lenda medieval que por sua vez se apoia noutra lenda medieval anterior, a saber, a suposta estadia de Tiago irmão de João, em Espanha.
"São Tiago foi o primeiro dos Doze a sofrer o martírio, sendo decapitado por Herodes Agripa I em 44 d.C. (Actos 12:2). Desde o século VII se tem alegado que antes do seu martírio pregou em Espanha, mas a tradição da Igreja primitiva, segundo a qual os Apóstolos não deixaram Jerusalém senão depois da sua morte, como também Romanos 15:20 e 24, estão contra a autenticidade desta história a qual está agora quase universalmente abandonada".
The Oxford Dictionary of the Christian Church, p. 711.
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