segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Não há nenhuma evidência para o ateísmo

 

O debate entre ateísmo e teísmo cristão tem uma forma tão estereotipada que é fácil negligenciar a disparidade radical: quando se pensa sobre isso, não há nenhuma evidência positiva para o ateísmo. A defesa do ateísmo resume-se a um argumento do silêncio.

Ora, não há nada de intrinsecamente errado com um argumento do silêncio, mas esse é um argumento muito vulnerável. Os ateus na verdade não apresentam nenhuma evidência positiva para o ateísmo; em vez disso, eles argumentam contra o teísmo.

A defesa do ateísmo resume-se à alegada falta de evidências de um Deus intervencionista. Afirmar que podemos explicar a origem do universo naturalisticamente. Podemos explicar a origem da vida naturalisticamente. Podemos explicar todas as doenças e recuperações naturalisticamente.

Ou considere-se a afirmação de que as respostas às orações são aleatórias. Igualmente, o argumento do mal é um apelo ao acaso. A distribuição de felicidade e desgraça parece ser aleatória. Da mesma forma, a extinção em massa parece ser aleatória. Quais espécies sobrevivem ou perecem parece ser aleatório.

Alguns ateus alegam que os organismos biológicos apresentam falhas de design. Adaptações subótimas. Essa alegação é refutável por diferentes motivos, mas, em qualquer caso, não é um argumento positivo para o ateísmo.

Alguns ateus dizem que falar de Deus não tem sentido. Isso representa um certo dilema, na medida em que não está mais claro o que o ateu está negando. Em qualquer caso, esse não é um argumento positivo para o ateísmo.

Alguns ateus ambiciosos dizem que a existência de Deus não é meramente improvável, mas impossível: a própria ideia de Deus é incoerente (por exemplo, "paradoxos da omnipotência"). Isso geralmente depende de definições arbitrárias e estipulativas dos atributos divinos, ou postulados duvidosos sobre um melhor mundo possível. E, em qualquer caso, esse não é um argumento positivo para o ateísmo.

Muitos ateus acham que a Bíblia é moralmente repugnante. Mas muitos ateus rejeitam o realismo moral, porque o naturalismo não o consegue justificar. Portanto, eles não podem levantar objeções morais objetivas à Bíblia. Em qualquer caso, esse não é um argumento positivo para o ateísmo.

Se se prosseguir na lista, os ateus não oferecem nenhuma evidência para o ateísmo, exceto no sentido indireto de que se não há nenhuma evidência para Deus, então o ateísmo ganha por defeito.

Em alguns aspectos, o argumento a favor do ateísmo é decididamente estranho. Mais uma vez, considere-se o argumento do mal. Como o mal enfraquece o teísmo cristão? Afinal, o teísmo cristão é baseado na existência do mal, então como o mal pode ser inconsistente com o teísmo cristão? Não é a presença do mal, mas a ausência do mal, que falsificaria o teísmo cristão. Na melhor das hipóteses, o argumento do mal pode enfraquecer o "mero teísmo" ou o teísmo filosófico.

Da mesma forma, como pode o argumento do mal refutar ou mesmo enfraquecer o teísmo bíblico quando o teísmo bíblico concede a existência do mal? Não é como se a Bíblia retratasse um mundo utópico. A Bíblia é uma crónica do mal.

Portanto, não há realmente nenhuma evidência direta para o ateísmo. Em contraste, académicos e filósofos cristãos reúnem resmas de evidências a favor do cristianismo. E é importante estar atento ao ónus da prova. Se a defesa do ateísmo é um argumento do silêncio, então não é preciso quase nada para derrubá-lo. Suponha-se que 99% das evidências apresentadas para um Deus intervencionista sejam naturalmente explicáveis. Se apenas 1% (na verdade, até menos de 1%) não for, então o ateísmo é falso. O ateísmo não pode permitir que um único contra-exemplo passe pela sua peneira.

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