O texto de Lucas
23:43 (“E disse-lhe Jesus: Em
verdade te digo hoje estarás comigo no Paraíso”) presta-se a duas pontuações possíveis consoante se colocar uma vírgula
antes ou depois da palavra «hoje». Nenhuma das pontuações possíveis afeta a
doutrina da imortalidade da alma, pois em qualquer dos casos continua a ser
possível sustentar biblicamente esta doutrina. No entanto, se a pontuação
correta for com uma vírgula antes de «hoje», o sentido que o versículo adquire,
deita por terra a obtusa antropologia, ou
doutrina do homem, que as Testemunhas de Jeová (e outros grupos) desenvolveram,
a qual nega a existência de uma alma imortal à parte do corpo, pelo que
transformam a morte física numa simples aniquilação ou não-existência.
Assim, as
Testemunhas de Jeová, na sua própria tradução da Bíblia (chamada tradução do Novo
Mundo), pontuam este versículo com uma vírgula depois de «hoje». Um dos seus
argumentos é que têm suporte textual para fazer isto, visto que o Codex Vaticanus,
um dos principais manuscritos antigos do Novo Testamento, contém um sinal de pontuação - o
equivalente a uma vírgula -
depois de "hoje". Como respondemos pois a este
seu argumento?
Em primeiro lugar, não
é de todo claro que o ponto no Codex Vaticanus
(B) seja uma marca intencional de pontuação. Pode nada mais ser do que um borrão ou uma mancha
acidental.
Uma mancha 'acidental' ou borrão no Codex Vaticanus. A mancha aparece entre o rho e o kappa em sarkos ("carne") em Romanos 9:8. |
Imagem publicada pela Sentinela do suposto ponto baixo
de pontuação em Lucas 23:43, Codex Vaticanus.
Todavia,
se o ponto for, de facto, uma marca
intencional de pontuação [1], não
é certamente feito pela mão original. O
escriba original não usa o “ponto baixo”, e quando
usa pontuação (coisa que ele
raramente faz), adiciona tipicamente
um espaço extra, o
que não é o caso aqui.
Além disso, se o escriba pretendesse colocar uma vírgula depois de sêmeron, ele provavelmente usaria um ponto-médio como fez depois de sarka em Romanos 9:5 (e vários outros lugares), não o ponto-baixo, que era mais ou menos equivalente ao nosso ponto e vírgula [2].
Por último, não há notícia que algum comentarista
ou crítico textual tenha mencionado a suposta vírgula no Vaticanus. Bruce Metzger,
no seu Textual
Commentary on the Greek New Testament, nada diz sobre isso, apesar de abordar o Siríaco
Curetoniano em
relação à pontuação correta de
Lucas 23:43, e discutir o sinal de pontuação no Vaticanus em Romanos 9:5 [3].
O manuscrito Vaticanus foi originalmente
escrito no século IV em tinta
castanha, com um corretor
logo em seguida fazendo algumas pequenas
alterações. Mais tarde, um
escriba posterior no século X ou
XI passou por cima das letras tinta preta,
ignorando aquelas letras ou marcas que
ele pensava serem incorretas, e
fazendo algumas alterações adicionais [4]. Embora o ponto seja "castanho desbotado" e isso possa
indicar uma data antiga para o
ponto, isso não é certo. Mesmo que seja, não está provado que proceda
da mão original ou do corretor do século IV,
e o facto de não
ter sido reforçado pelo corretor
posterior indica que ele considerou-o como não intencional ou um defeito. O Dr.
Peter M. Head,
um especialista em manuscritos do Novo
Testamento, escreve:
«Eu não penso que (o ponto) seja pontuação. Certamente não é da produção
do escriba original: não existe nada como ele em todos os espaços (a pontuação no Vaticanus
é feita quase inteiramente apenas
pelo espaçamento), ele não se parece com
um ponto, mas mais como um borrão ou como você disse, uma mancha; e, o
espaçamento está completamente errado para a pontuação feita pelo escriba original. Penso que poderá
ter sido acrescentado mais tarde por alguém que quis repontuar o texto, mas todavia
não estou convencido de que a cor é a mesma do outro
material introduzido pelo potenciador/acentuador, de modo que você deve atribuí-lo a um desconhecido leitor/pontuador» [5].
Portanto, o máximo que pode ser dito é que,
se o ponto
é pontuação intencional,
não foi copiado de um exemplar primitivo pelo
escriba original, mas foi
introduzido - por uma razão
desconhecida - por alguém desconhecido num momento incerto.
Mas se se
pudesse estabelecer que a marca é intencional e data do século IV (por mais improvável que isso pareça) – isso
forneceria suporte antigo para a
pontuação da tradução do Novo Mundo? Sim e não. Forneceria evidência além do
Siríaco Curetoniano que alguém há
muito tempo, devido à ambiguidade
do Grego, entendeu (ou
mal-entendeu) o versículo como a Torre
de Vigia faz. Mas isso não provaria
nada em relação ao que Lucas entendia. Os académicos
textuais que pontuam
os nossos autorizados Novos Testamentos Gregos não o fazem com base na
pontuação de manuscritos
antigos:
A presença de marcas de pontuação em manuscritos antigos do Novo Testamento é tão esporádica e aleatória
que não se pode inferir com confiança a construção dada pelo pontuador à
passagem [6].
Portanto, a
presença de um sinal de pontuação (se tal
ele for) num manuscrito antigo não
nos diz nada sobre como pontuar
corretamente Lucas 23:43. A pontuação correta é
uma questão de exegese, e não de
crítica textual [7].
Fonte: Baseado num escrito de Robert Hommel, em linha aqui
Notas
[1] "O ponto no topo da linha (·)
(stigmh teleia,
'ponto alto') era um ponto final; aqueles sobre a linha (.)
(upostigmh)
era equivalente ao nosso ponto e vírgula, enquanto um ponto médio (stigmh mesh) era equivalente à nossa vírgula. Mas gradualmente surgiram mudanças sobre
estas pausas até que o ponto alto tornou-se equivalente aos nossos dois pontos, o ponto baixo tornou-se um ponto final, e o ponto médio desapareceu, e por volta do século IX dC a vírgula (,) tomou o
seu lugar" (Robertson, Grammar, p. 242).
[2] Ver nota 1. No entanto, a
pontuação em manuscritos antigos,
e particularmente no Codex Vaticanus, estava longe de ser consistente. Por conseguinte, devemos
admitir que é possível
que um escriba ou
corretor pudesse usar um ponto-baixo de uma forma consistente com a nossa vírgula moderna, no entanto dado o facto de que o ponto-baixo não parece
ter sido usado de modo nenhum pelo escriba do século IV
ou pelo seu corretor
contemporâneo, ao mesmo tempo que eles
(raramente) usaram tanto o ponto-alto
como o ponto-médio, parece muito improvável que um deles fizesse isso aqui. Robertson
diz: "B tem
o ponto-alto como um período,
e o ponto-baixo para uma pausa curta" (Ibid.).
No entanto, Robertson não diz que o
"ponto baixo" foi feito pelo escriba original ou pelo seu corretor do século IV.
[3] Metzger, p. 155 (c.f., pp. 459-462). Enquanto
estava a preparar este artigo, correspondi-me brevemente com o Dr. Wieland
Willker sobre a suposta vírgula no Vaticanus. O Dr. Willker tem uma página
dedicada ao Codex Vaticanus e um Comentário Textual sobre os Evangelhos Gregos on-line. Como resultado
de nossa correspondência, o Dr. Willker adicionou informações sobre o ponto no
Vaticanus na terceira edição do seu Comentário. O Dr. Willker concorda que o
ponto é "de origem desconhecida", e não é feito pelo escriba original.
Ele conclui:
«O ponto em B
não é de muita relevância porque a
questão da pontuação existe
independente dele. A pontuação, se havia alguma,
era, como a ortografia, irregular nos manuscritos antigos. Qualquer pontuação em
manuscritos antigos é MUITO duvidosa. A pontuação na Nestle-Aland ou GNT NUNCA é baseada numa pontuação de
um Manuscrito. É SEMPRE uma decisão baseada na gramática, sintaxe,
linguística e exegese» (Willker, Textual Commentary, p. 436, ênfase no original).
O Dr. Willker enumera
as seguintes manuscritos que
colocam hoti
depois de legô, enfatizando assim que "hoje" qualifica "estarás comigo ...": L, 892, L1627, b, c,
Co, e Sy-S. Ele
enumera AM 118 PS8, 11 (1,8), Apo,
e Hil como
manuscritos que fazem a mesma coisa com sintaxe diferente.
[4] Finegan, pp. 127-28.
[5]
Peter M. Head,
PhD, e-mail pessoal para Robert Hommel,
datado de 11/1/2005. Larry W. Hurtado, PhD, também
suspeita que a marca é uma mancha ou borrão e
não um sinal de pontuação
(e-mail pessoal para Robert
Hommel, datado de 1/5/2005).
[6] Metzger, p. 460, n. 2.
[7] Para uma análise exegética deste versículo ver: A pontuação de Lucas 23:43
Bibliografia
Robertson, Archibald Thomas. 1934. A Grammar of the
Greek New Testament: in the Light of Historical Research. Nashville, TN:
Broadman Press. (Robertson, Grammar)
Metzger, Bruce M.
1975. A Textual Commentary on the Greek New Testament. 3rd Edition.
Stuttgart, Germany: United Bible Societies.
Finegan, J. 1974. Encountering New Testament Manuscripts. Grand Rapids, MI:
Eerdmans.
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Que ótimo que você traduziu este texto... Infelizmente testemunhas de Jeová se aproveitam da falta de informações para fazer seu "evangelismo"... Vamos assim impedir que eles se aproveitem destas lacunas para crescer...
ResponderEliminarO problema é que é muito mais fácil criar mitos, deturpações, equívocos e preconceitos, que se espalham como um vírus, do que depois desmistificá-los, esclarecê-los, e corrigi-los.
EliminarE muitas vezes para isso é preciso recorrer a fontes e conhecimentos que não são facilmente acessíveis para a maioria das pessoas.
É como ouvir alguém discursar sobre física quântica, se quem está a ouvir não souber nada de física quântica, o orador pode dizer as maiores sandices que ninguém percebe, e no fim até é capaz de ser ovacionado com uma grande salva de palmas.
E pior ainda, é quando os ouvintes começam a repetir as sandices que ouviram como verdades absolutas. Está criado o mito urbano...
Hoje em dia quem tiver uma atitude crédula, sem preocupação de procurar confirmar as informações por outras fontes (quando isso é possível), corre sérios riscos de ser enganado ou pelo menos cair em confusão.
Genesis 2:7, o homem se tornou alma vivente, ele não ganhou uma alma
ResponderEliminarEclesiastes 3:19, os animais tem a mesma morte dos humanos, será q os animais tbm tem alma imortal?
Jesus só voltou ao céu 40 dias após sua ressurreição, então como ele estaria junto com o Senhor Cristo Jesus naquele mesmo dia?
eruditos bíblicos e fontes confiáveis dizem que a pontuação correta seria 'DEVERAS EU TE DIGO HOJE, ESTARÁS COMIGO NO PARAÍSO'
a crença da imortalidade da alma surgiu na antiga Babilônia, ganhou força na antiga Grécia com os filósofos pagãos, se popularizou qndo Constantino fez do cristianismo apóstata a religião oficial do império romano, e 'cristianizou' várias crenças e festividades, dando origem a igreja Católica Romana, e todas as demais religiões copiaram as filosofias pagãs q se tornaram doutrinas 'cristãs'
“Genesis 2:7, o homem se tornou alma vivente, ele não ganhou uma alma”
EliminarNinguém argumentou que este versículo afirma que o homem ganhou uma alma, por isso não passa de uma falácia do espantalho.
Em Genesis 2:7 o vocábulo nefesh significa «ser vivente». Mas este vocábulo não pode ser arbitrariamente restringido a este significado. Nefesh deve traduzir-se segundo o contexto e pode significar muita coisa, entre elas a parte espiritual do homem que sobrevive à morte do corpo.
Se se traduzir invariavelmente “alma”, que corresponde ao hebraico nefesh e ao grego psyche por "ser vivente", os seguintes textos ficariam ininteligíveis Génesis 35:18; 1 Reis 17:22; Jó 32:8; Eclesiastes 12:5-7; Salmo 31:6, Lucas 23:46; Actos 7:59; Mateus 10:28; Apocalipse 6:9; 20:4-6.:
Génesis 35:18 “E aconteceu que, saindo-se-lhe a alma (porque morreu), chamou-lhe Benoni; mas seu pai chamou-lhe Benjamim.”
Poder-se ia traduzir “E aconteceu que, saindo-se-lhe o ser vivente (porque morreu), chamou-lhe Benoni; mas seu pai chamou-lhe Benjamim”???
1 Reis 17:22 “E o SENHOR ouviu a voz de Elias; e a alma do menino tornou a entrar nele, e reviveu.”
Poder-se-ia traduzir como “E o SENHOR ouviu a voz de Elias; e o ser vivente do menino tornou a entrar nele, e reviveu” ???
1 Tessalonicenses 5:23 "corpo, alma e espírito"
Terá Paulo querido dizer "corpo, ser vivente e espírito" ???
Mateus 10: 28 "E não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo”.
Pode verter-se o dito pelo Senhor como "não temais os que matam o corpo, mas não podem matar o ser vivente; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno o ser vivente e o corpo" ???
Apocalipse 6:9 E, havendo [ o Cordeiro] aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram.
Terá João querido dizer: " E, havendo [ o Cordeiro] aberto o quinto selo, vi debaixo do altar os seres viventes dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram..." ???
A Bíblia é para ser interpretada no seu conjunto, não é para pincelar um versículo aqui e ali conforme nos dá jeito. E quando se faz isto a noção de que existe uma parte imaterial do homem, denominada “alma”, que sobrevive à morte física fica bem estabelecida.
“Eclesiastes 3:19, os animais tem a mesma morte dos humanos, será q os animais tbm tem alma imortal?”
O que é que uma coisa tem a ver com a outra?
Jesus só voltou ao céu 40 dias após sua ressurreição, então como ele estaria junto com o Senhor Cristo Jesus naquele mesmo dia?
No tempo de Jesus, os judeus acreditavam que os mortos iam para o Hades, que ficava debaixo da terra e não para o céu. Daí Jesus ter dito naturalmente que ainda não tinha voltado ao céu. Mas mesmo que se admitisse que a alma de Jesus foi para o céu quando morreu, ele quando diz que ainda não voltou para o céu está a falar da assunção corporal e volta definitiva para junto do Pai, nada diz nessa passagem do seu estádio intermédio entre a morte e a ressurreição.
Os eruditos bíblicos e as fontes confiáveis que dizem que a pontuação correta seria 'DEVERAS EU TE DIGO HOJE, ESTARÁS COMIGO NO PARAÍSO', são apenas os das Testemunhas de Jeová.
Não é por acaso que a esmagadora maioria das Bíblias, traduz este versículo com a vírgula antes de «Hoje».
Não basta fazer afirmações no vazio, é preciso demonstrar o que se afirma. Quando, onde e de que forma, quem crê hoje na imortalidade da alma copiou ou foi influenciado por doutrinas gregas-pagãs? A maior parte dos cristãos que crêem hoje na imortalidade da alma não têm nenhuma relação com as instituições religiosas do império romano e muito menos com a antiga Babilônia, nem sabem nada de filosofia grega. Onde está a relação de causalidade?
EliminarNa realidade, quem crê hoje na imortalidade da alma, crê porque considera que essa doutrina é a mais consistente com os dados bíblicos, e de fato essa doutrina é perfeitamente defensável somente com a Bíblia. Suponho que conhece os textos de Mateus 10:28, Lucas 16:19-31, João 11:25-26, Romanos 8:35-39, 2 Coríntios 5:1-10, Filipenses 1:23, 2 Pedro 1:14, e Apocalipse 6:9-11, entre outros.
Também havia na antiguidade correntes filosóficas, naturalistas e materialistas, que não criam na imortalidade da alma. Da mesma forma, o aniquilacionismo era uma doutrina dos Saduceus (Mt 22:23; At 23:8). Quer isto dizer que a crença das Testemunhas de Jeová foi influenciada por estes grupos? Não basta apontar semelhanças entre crenças para afirmar que uma foi influenciada por outra. É preciso mostrar onde está a relação de causalidade, como se deu essa influência.
Além disso, a crença da "imortalidade da alma” dos gregos é diferente da crença da “imortalidade da alma” dos cristãos. Os gregos eram dualistas, os cristãos não são dualistas. Para os cristãos corpo e alma formam uma unidade que é o ser humano. Para os gregos, ao contrário, alma e corpo são duas entidades distintas que se opunham uma à outra, sem compor um ser humano. Daí os gregos não terem problemas em acreditar na reencarnação da alma em outros corpos e os cristãos já terem.
POR QUE QUEM NÃO ACREDITA NA EXISTÊNCIA DE UMA ALMA IMORTAL NO SER HUMANO, NÃO PODE DEFENDER A EXISTÊNCIA DE QUALQUER ESPÉCIE DE ARBÍTRIO (NEM LIVRE NEM SERVO), NEM RESPONSABILIZAR O SER HUMANO POR QUALQUER CONDUTA QUE TOME.
ResponderEliminarAs Testemunhas de Jeová acreditam que não existe vida para além da morte, porque o nosso eu está irremediavelmente dependente do nosso cérebro, pelo que morrendo este morre o nosso eu.
Mas ao mesmo tempo são fortes defensores de que o homem tem livre arbítrio resvalando para um discurso contraditório e auto-refutante.
Se não existe um eu para além do corpo e do cérebro, então todos os pensamentos, ideias, opiniões, escolhas e ações não são imputáveis ao eu como pessoa, mas sim, em última análise, aos seus estados cerebrais e à sua fisiologia neurológica.
Se assim é, não vale a pena uma Testemunha de Jeová andar de porta em porta, a perder o seu tempo, a discutir com neurónios e sinapses, nervos e músculos. Em vão encontraremos aí um sujeito autónomo e responsável.
Se uma pessoa está totalmente dependente do seu corpo e do seu cérebro como se pode dizer que estamos sujeitos a deveres de moralidade e racionalidade?
Uma pessoa só pode dizer que é livre e responsável se realmente existir uma pessoa irredutível ao seu cérebro, que possa ser responsável pelas decisões que faz, pelas ideias que aceita, pelos movimentos do seu corpo, pela maneira como trata os outros, etc.
Só nesse caso, a pessoa pode ser julgada por Deus e condenada pela violação das suas leis.