Os apologistas católicos consideram o cânon protestante como um calcanhar de Aquiles da teologia protestante. Sendo o cânon uma questão legítima, ela é uma questão para os dois lados. E o que dizer do cânon católico?
Qual é a base do cânon tridentino? É a evidência? Era a evidência suficiente para favorecer o cânon tridentino?
Mas católicos e protestantes têm acesso à mesma evidência. Não é como se os Padres Tridentinos tivessem uma coleção extra de evidências dos arquivos secretos do Vaticano que inclinavam a balança a favor do cânon tridentino. Os protestantes observam a mesma evidência que os católicos.
Ou é a alegação de que a evidência é inconclusiva, de modo que deve ser suplementada pela autoridade de Roma. O cânon tridentino goza de um nível de certeza que vai além da evidência, devido à autoridade eclesiástica. De acordo com esse paradigma, a pura autoridade eclesiástica é o contrapeso que fecha a lacuna entre a evidência e a certeza.
Mas, nesse caso, a certeza é separada da evidência. Poderia haver certeza direta sem qualquer evidência. Certeza por puro decreto eclesiástico. No entanto, os apologistas católicos normalmente defendem o cânon tridentino com base na evidência, como eles a veem.
Se, por um lado, a evidência é suficiente para estabelecer o cânon, então o magistério é supérfluo. Se, por outro lado, a evidência é insuficiente para estabelecer o cânon, a autoridade eclesiástica evoca a certeza do nada, sem nada correspondente para apoiá-la. Eis o dilema.
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