Há
uma diferença moralmente significativa entre imputar a culpa a um inocente e imputar
a justiça a um culpado. A primeira é uma aberração moral, mas a segunda pode
ser um ato de altruísmo. Por isso, a doutrina sustentada pela Igreja Católica Romana
e algumas Igrejas Protestantes de que todos os seres humanos carregam a culpa
do pecado original cometido por Adão e Eva é moralmente indefensável e nem há
rasto dela na Bíblia.
A
consequência do primeiro pecado foi separar Deus da raça humana, quebrar a comunhão
que existia entre Deus e os homens. Não a imputação da culpa desse primeiro pecado
a todos os descendentes de Adão e Eva. Apenas somos culpados pelos nossos
pecados pessoais.
Da
mesma forma, os nossos pecados não foram imputados a Cristo, de outra forma
assim como nos tornamos justos pela imputação da justiça de Cristo, Cristo se
tornaria culpado pela imputação da nossa culpa nele. E, por conseguinte,
deixaria de poder fazer qualquer obra de expiação a nosso favor. O cordeiro expiatório
precisa de ser puro e imaculado para poder expiar pecados alheios.
O
que Cristo fez na cruz foi pagar a pena que nós merecíamos pelos nossos
pecados para nos reconciliar com Deus que é um justo juiz, portanto um ato altruísta de substituição penal. O justo pagou pelos
injustos. Cristo foi feito justiça para nós pela imputação da sua justiça em
nós, sem qualquer imputação da nossa culpa nele.