sábado, 19 de março de 2022

Guerra civil na Igreja Ortodoxa Russa


A vida está a ficar difícil para os impérios e os imperialistas. 

Neste momento reina a confusão pelo mundo Ortodoxo (não é que tenha alguma vez sido muito pacífico).

1) Na Ucrânia, alguns sacerdotes ortodoxos russos pararam de evocar Cirilo I durante os seus serviços de culto, argumentando que as suas declarações sobre a guerra – que incluem referências a “forças do mal” na Ucrânia – equivalem a um endosso tácito ao ataque. Alguns pediram aos líderes ortodoxos russos regionais na Ucrânia que considerassem romper com a Igreja Ortodoxa Russa.

2) Mais de 285 sacerdotes e diáconos ortodoxos russos de todo o mundo assinaram uma carta aberta expressando a sua oposição à invasão da Ucrânia pela Rússia, desafiando o governo russo e rompendo com o apoio tácito à ação militar do seu líder, o Patriarca de Moscovo.

A carta pedia “a cessação da guerra fratricida” contra a Ucrânia, insistia que “o povo da Ucrânia deveria fazer sua escolha por conta própria” e lamentava o “julgamento ao qual nossos irmãos e irmãs na Ucrânia foram imerecidamente submetidos”. 

3) Um sacerdote ortodoxo russo, que está entre os signatários desta carta aberta, foi preso depois de pregar um sermão denunciando a invasão russa da Ucrânia. De acordo com uma reportagem da BBC citando ativistas russos, o sacerdote Ioann Burdin foi acusado de “desacreditar o uso das Forças Armadas” por causa do sermão que pregou no “Domingo do Perdão”. O sermão incluía, entre outras coisas, descrições da destruição infligida à Ucrânia pelas forças russas.

4) Vários académicos e clérigos do Centro de Estudos Cristãos Ortodoxos da Universidade de Fordham e da Academia Volos para Estudos Teológicos acusam o Patriarca de Moscovo, Cirilo I, de heresia, a que chamam heresia do "Mundo Russo".

5) Nos Países Baixos, uma igreja ortodoxa autónoma, até agora sob jurisdição russa, censura sem meios termos o Patriarca de Moscovo, e corta relações com a Igreja Ortodoxa Russa.  

Perante isto conclui-se que, mais depressa sacerdotes ortodoxos russos censuram o Patriarca de Moscovo e condenam claramente a Rússia e o presidente Putin pela guerra de invasão na Ucrânia, pondo o nome aos culpados e às vítimas, aos agressores e aos agredidos, e Igrejas Ortodoxas autónomas cortam relações com a Igreja Ortodoxa Russa, do que a Igreja de Roma e o Bispo de Roma o fazem. 

O que prende o Vaticano? Do que tem medo o Papa Francisco? Por que não denuncia pelo nome os culpados, limitando-se a censurar a guerra e as atrocidades na Ucrânia genericamente? 

Como se sentirão neste momento os greco-católicos ucranianos ao ver que o Papa mantém as relações ecuménicas intactas com alguém que até agora não demonstrou senão ser um fantoche de Putin? A Bíblia diz para não ter comunhão com aquele que se diz irmão mas é um iníquo e hipócrita, com um tal não se deve sequer comer. 

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