quinta-feira, 17 de maio de 2012

Os concílios ecuménicos e a perpétua virgindade de Maria


A crença na perpétua virgindade de Maria difundiu-se rapidamente a partir da sua formulação por Jerónimo e Sirício em finais do século IV, até ao ponto de a partir do século seguinte os bispos de Roma a incorporarem nos seus escritos e provavelmente (ver mais abaixo) aparecer tal crença no contexto de cânones conciliares, embora estes fossem destinados primariamente a salvaguardar a Pessoa de Cristo e não a exaltar Maria.
É instrutivo comparar os ensinamentos dos Concílios Ecuménicos sucessivos para notar a forma em que se desenvolveu a crença na perpétua virgindade de Maria.
Ano 325. Segundo o Credo de Niceia, Jesus Cristo “por nós homens e por nossa salvação desceu e encarnou e se fez homem”.
Maria não é sequer mencionada.
Ano 381. Segundo o Credo chamado Niceno-Constantinopolitano, Jesus Cristo “por nós homens e por nossa salvação desceu do céu e encarnou pelo Espírito Santo e pela Virgem Maria, e se fez homem”.
Aqui menciona-se Maria, e a sua condição virginal no momento da concepção.
Ano 431. Segundo os anátemas de Cirilo contra Nestório no Concílio de Éfeso,
Se alguém não confessa que Deus é segundo verdade o Emanuel, e que por isso a santa Virgem é mãe de Deus (pois deu à luz carnalmente o Verbo de Deus feito carne), seja anátema”.
Também aqui não se menciona a “sempre virgem”.
Ano 451. No Concílio de Calcedónia, na definição sobre as duas naturezas de Cristo, diz-se que foi
“...gerado do Pai antes dos séculos quanto à divindade, e o mesmo, nos últimos dias, por nós e por nossa salvação, gerado de Maria Virgem, mãe de Deus, quanto à humanidade...”
Os bispos de Calcedónia acrescentaram esta advertência:
Assim, pois, depois de com toda a exactidão e cuidado em todos os seus aspectos ter sido por nós redigida esta fórmula, definiu o santo e ecuménico Concílio que a ninguém será lícito professar outra fé, nem sequer escrevê-la  ou compô-la, nem senti-la, nem ensiná-la.
Apesar da extrema exactidão e cuidado que os bispos conciliares afirmam ter exercido, ainda não dizem “Maria sempre Virgem”, mas “Maria Virgem” no contexto da concepção de Jesus.
Em outras palavras, o dogma da perpétua virgindade não aparece de forma implícita, nem explícita, nos cânones dos quatro primeiros concílios ecuménicos.
Note-se que isto não se deveu a que não tivesse havido quem ensinasse o contrário. Já Tertuliano em princípios do século III e no IV primeiro Helvídio, depois Joviniano e mais tarde Bonoso, bispo de Ilíria, sustentaram que Maria teve mais filhos depois de dar à luz Jesus. Isto ocorreu décadas antes dos concílios de Éfeso e Calcedónia.
Ano 553. O Concílio II de Constantinopla é habitualmente indicado como tendo sido o primeiro a fazer referência à virgindade perpétua. No cânon 2 dos anátemas contra os «três capítulos» lê-se:
Can. 2. Se alguém não confessa que há dois nascimentos de Deus Verbo, um do Pai, antes dos séculos, sem tempo e incorporalmente; outro nos últimos dias, quando Ele mesmo baixou dos céus, e se encarnou da santa gloriosa mãe de Deus e sempre Virgem Maria, e nasceu dela; esse tal seja anátema.
No entanto, inclusive em relação a este próprio concílio II de Constantinopla, a evidência é questionável:
As actas gregas originais do Concílio perderam-se, mas existe uma versão latina muito antiga, provavelmente contemporânea e feita para o uso de Vigílio, certamente citada pelo seu sucessor Pelágio I.... No seguinte Concílio Geral de Constantinopla (680) verificou-se que as Actas originais do Concílio tinham sido adulteradas (Hefele, op.cit., II, 855-58) a favor do monotelismo; nem é seguro que na sua forma presente as tenhamos na sua plenitude original (ibid., pp. 859-60).
(Thomas J. Shahan, em The Catholic Encyclopedia, s.v. Constantinople, Second Council of)
É interessante que no seguinte Concílio III de Constantinopla (sexto ecuménico) os bispos se expressaram como se segue:
Seguindo os cinco santos Concílios Ecuménicos e os santos e aprovados Padres com uma voz define que nosso Senhor Jesus Cristo deve ser confessado como verdadeiro Deus e verdadeiro homem, subsistente em alma racional e corpo; consubstancial com o Pai na sua divindade e consubstancial connosco na sua humanidade; em todas as coisas como nós, excluindo somente o pecado; gerado de seu Pai antes de todas as épocas segundo a sua divindade, mas nestes últimos dias, por nós homens e por nossa salvação se fez homem do Espírito Santo e da Virgem Maria, estrita e propriamente a mãe de Deus segundo a carne; um e o mesmo Cristo nosso Senhor, o unigénito Filho no qual deve reconhecer-se duas naturezas inconfundível, imutável, inseparável e indivisivelmente ...”
(Sessão XVIII; negrito acrescentado).
Como pode ver-se, nesta declaração que expressamente afirma a sua adesão aos cinco Concílios Ecuménicos anteriores, não diz aqui «sempre Virgem Maria» mas, como nos Concílios anteriores a II Constantinopla, simplesmente «a Virgem Maria».
Traduzido da edição de Nicene and Post-Nicene Fathers, Second Series, 14:345.
Conclusão
1) Não há evidência de que a perpétua virgindade de Maria fosse ensinada por autores ortodoxos (em sentido estrito) dos primeiros três séculos do cristianismo.
2) A doutrina da perpétua virgindade foi exposta por Jerónimo em 384, no seu tratado contra Helvídio. Com o auge do ascetismo e do monaquismo, tornou-se popular nos séculos seguintes.
3) A primeira referência expressa num cânon conciliar é, ainda que questionável, no Concílio II de Constantinopla de 553, celebrado contra a vontade e sem a participação do bispo de Roma Vigílio. O cânon em questão é uma definição cristológica sobre a natureza divina e humana do Senhor, que menciona de passagem a «sempre Virgem». Não é, pois, uma definição dogmática sobre a perpétua virgindade.
4) A doutrina da perpétua virgindade de Maria não foi objecto de uma definição dogmática por um concílio ecuménico no primeiro milénio.

terça-feira, 1 de maio de 2012

“Sola Fide” (a justificação pela fé) na igreja primitiva


Clemente de Roma:

"Quem quiser sinceramente considerar cada particular, reconhecerá a grandeza dos dons que foram dados por ele. Porque dele, surgiram os sacerdotes e todos os levitas que ministram no altar de Deus. A partir dele também [era descendente] nosso Senhor Jesus Cristo segundo a carne. A partir dele [surgiram] reis, príncipes e governantes da raça de Judá. Nem estão as suas outras tribos em pequena glória, visto que Deus havia prometido, "a tua descendência será como as estrelas do céu". Todos estes foram, portanto, muito honrados, e engrandecidos, não pelo seu próprio bem, ou pelas suas próprias obras, ou pela justiça que eles tinham feito, mas através da operação da Sua vontade. E nós, também, sendo chamados pela sua vontade em Cristo Jesus, não somos justificados por nós mesmos, nem por nossa própria sabedoria, ou entendimento, ou piedade, ou obras que tenhamos feito em santidade de coração, mas por meio da fé através da qual, desde o início, Deus Todo-Poderoso tem justificado todos os homens; ao qual seja a glória para todo o sempre. Amen.

ANF: Vol. I, The Apostolic Fathers, First Epistle of Clement to the Corinthians, Chapter 32.

Mathetes a Diogneto:

Enquanto suportou o tempo antigo, Ele permitiu que fôssemos levados por impulsos incontroláveis​​, sendo atraídos pelo desejo de prazer e de várias paixões. Não é que ele se comprazeu nos nossos pecados, mas simplesmente suportou-os, nem é que Ele aprovou o tempo da operação da iniquidade que então havia, mas procurou formar uma mente consciente de justiça, de modo que sendo convencidos nesse tempo da nossa indignidade para alcançar a vida através das nossas próprias obras, devesse agora, graças à bondade de Deus, nos ser concedida; e tendo tornado manifesto que em nós mesmos fomos incapazes de entrar no reino de Deus, pudéssemos através do poder de Deus ser capacitados. Mas quando a nossa maldade havia chegado ao seu auge, e tinha sido claramente demonstrado que a sua recompensa, punição e morte, era iminente sobre nós, e quando chegou o tempo que Deus havia antes determinado para manifestar a sua própria bondade e poder, segundo o amor de Deus, excedeu totalmente a consideração para com os homens, não nos considerou com ódio, nem nos afastou para longe, nem lembrou a nossa iniquidade contra nós, mas mostrou grande longanimidade, e carregou connosco. Ele mesmo tomou sobre si o peso das nossas iniquidades, Ele deu o Seu próprio Filho em resgate por nós, o Santo pelos transgressores, o inocente pelo ímpios, o justo pelos injustos, o incorruptível pelo corruptível, o imortal pelos que são mortais. Pois que outra coisa era capaz de cobrir os nossos pecados senão a Sua justiça? Por qual outro era possível que nós, os ímpios e perversos, pudéssemos ser justificados, senão pelo único Filho de Deus? Ó doce troca! Ó operação insondável! Ó benefícios que ultrapassam toda a expectativa! que a maldade de muitos deveria ser encoberta num único justo, e que a justiça de Um deveria justificar muitos transgressores! Tendo, pois, nos convencido no tempo antigo que a nossa natureza era incapaz  de alcançar a vida, e tendo agora revelado o Salvador que é capaz de salvar mesmo aquelas coisas que eram [antigamente] impossíveis de salvar, por esses dois factos ele desejou levar-nos a confiar na Sua bondade, a estimá-lo nosso Provedor, Pai, Professor, Conselheiro, Curador, nossa Sabedoria, Luz, Honra, Glória, Poder e Vida, de modo que não devemos estar ansiosos quanto a roupas e comida.

Ante-Nicene Fathers: Volume I, Mathetes to Diognetus, Chapter 9.

Crisóstomo (349-407):

O próprio patriarca Abraão antes de receber a circuncisão foi declarado justo em resultado da fé somente: antes da circuncisão, o texto diz, “Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça.”

Fathers of the Church, Vol. 82, Homilies on Genesis 18-45, 27.7 (Washington, D.C.: The Catholic University of America Press, 1990), p. 167.

Crisóstomo (349-407): Pois, se mesmo antes disto, a circuncisão tornou-se incircuncisão, muito mais tem-se tornado agora, já que é lançada fora de ambos os períodos. Mas depois de dizer que "foi excluída", ele mostra também, como. Como, então, ele diz que foi excluída? "Por que lei? Das obras? Não; mas pela lei da fé" Vê que ele chama a fé também uma lei deleitando-se em manter os nomes, e assim afastar a aparente novidade. Mas o que é a "lei da fé?" Trata-se de ser salvo pela graça. Aqui ele mostra o poder de Deus, em que Ele não só salvou, mas também justificou, e os levou à vanglória, e isto sem precisar de obras, mas olhando para a fé somente.

NPNF1: Vol. XI, Homilies on the the Epistle of Paul the Apostle to the Romans, Homily 7, vs. 27.

Crisóstomo (349-407):

Para uma pessoa que não tinha obras, ser justificado pela fé, não era nada implausível. Mas para uma pessoa ricamente adornada com boas ações, não ser feito justo segundo isso, mas segundo a fé, é coisa para causar espanto, e para definir o poder da fé numa forte luz.

NPNF1: Vol. XI, Homilies on the the Epistle of Paul the Apostle to the Romans, Homily 8, Rom. 4:1, 2.

Ambrosiaster (fl. c. 366-384), escreveu ao comentar 1 Cor. 1:4b:

Deus decretou que uma pessoa que crê em Cristo pode ser salva sem obras. Somente pela fé ela recebe o perdão dos pecados.

Gerald Bray, ed., Ancient Christian Commentary on Scripture, New Testament VII: 1-2 Corinthians (Downers Grove: InterVarsity Press, 1999), p. 6.

Latim de Migne: Datam dicit gratiam a Deo in Christo Jesu, quae gratia sic data est in Christo Jesu; quia hoc constitutum est a Deo, ut qui credit in Christum, salvus sit sine opere: sola fide gratis accipit remissionem peccatorum. In Epistolam B. Pauli Ad Corinthios Primam, PL 17:185

Ambrosiaster (fl. c. 366-384), sobre Rom. 1:11:

A misericórdia de Deus foi dada por esta razão, para que deixassem as obras da lei, como eu já disse muitas vezes, porque Deus, tendo piedade das nossas fraquezas, decretou que a raça humana seria salva pela fé somente, juntamente com a lei natural.

Gerald Bray, ed., Ancient Christian Commentary on Scripture, New Testament VI: Romans (Downers Grove: InterVarsity Press, 1998), p. 23.

Latim de Migne: Nam misericordia Dei ad hoc data est, ut Lex cessaret, quod saepe jam dixi; quia Deus consulens infirmitati humanae, sola fide addita legi naturali, hominum genus salvare decrevit. In Epistolam Ad Romanos, PL 17:53.

Ambrosiaster (fl. c. 366-384), sobre Rom. 2:12:

Porque, se a lei é dada não para os justos, mas para os injustos, quem não peca é um amigo da lei. Para ele, somente a fé é o caminho pelo qual ele é aperfeiçoado. Para outros mera evitação do mal não lhes vai obter alguma vantagem com Deus a menos que eles também creiam em Deus, de modo que possam ser justos em ambos os casos. Para a justiça é um temporal; o outro é eterno.

Gerald Bray, ed., Ancient Christian Commentary on Scripture, New Testament VI: Romans (Downers Grove: InterVarsity Press, 1998), p. 65.

Latim de Migne: Si enim justo non est lex posita, sed injustis; qui non peccat, amicus legis est. Huic sola fides deest, per quam fiat perfectus quia nihil illi proderit apud Deum abstinere a contrariis, nisi fidem in Deum acceperit, ut sit justus per utraque; quia illa temporis justitia est, haec aeternitatis. In Epistolam Ad Romanos, PL 17:67.

Ecuménio (Século VI), comentando sobre Tiago 2:23:

Abraão é a imagem de alguém que é justificado somente pela fé, pois o que ele acreditou lhe foi imputado como justiça. Mas ele também foi aprovado por causa das suas obras, uma vez que ele ofereceu o seu filho Isaac sobre o altar. É claro que ele não fez esta obra por si só, ao fazê-la, ele permaneceu firmemente ancorado em sua fé, crendo que através de Isaque a sua descendência seria multiplicada até que fosse tão numerosa como as estrelas.

Gerald Bray, ed., Ancient Christian Commentary on Scripture: New Testament, Vol. XI, James, 1-2 Peter, 1-3 John, Jude (Downers Grove: InterVarsity Press, 2000), p. 33. Ver PG 119:481.

Beda (672/673-735), comentando sobre Paulo e Tiago:

Embora o apóstolo Paulo tenha pregado que somos justificados pela fé sem as obras, aqueles que entendem por isto que não importa se levam uma vida malvada ou fazem coisas perversas e terríveis, desde que creiam em Cristo, porque a salvação é pela fé, cometeram um grande erro. Tiago aqui expõe como as palavras de Paulo devem ser compreendidas. É por isso que ele usa o exemplo de Abraão, a quem Paulo também usou como um exemplo de fé, para mostrar que o patriarca também realizou boas obras em função da sua fé. Por isso, é errado interpretar Paulo de modo a sugerir que não importava se Abraão colocou a sua fé em prática ou não. O que Paulo queria dizer era que não se obtém o dom da justificação com base em méritos derivados de obras realizadas de antemão, porque o dom da justificação vem somente pela fé.

Gerald Bray, ed., Ancient Christian Commentary on Scripture, New Testament XI: James, 1-2Peter, 1-3 John, Jude (Downers Grove: InterVarsity Press, 2000), p. 31.

Texto Latino: Quoniam Paulus apostolus praedicans justificari hominem per fidem sine operibus, non bene intellectus est ab eis qui sic dictum acceperunt, ut putarent, cum semel in Christum credidissent, etiam si male operarentur, et facinorose flagitioseque viverent, salvos se esse per fidem: locus iste hujus epistolae eumdem sensum Pauli apostoli quomodo sit intelligendus exponit. Ideoque magis Abrahae exemplo utitur, vacuam esse fidem si non bene operetur, quoniam Abrahae exemplo etiam Paulus usus est, ut probaret justificari hominem sine operibus posse. Cum enim bona opera commemorat Abrahae, quae ejus fidem comitata sunt, satis ostendit apostolum Paulum, non ita per Abraham docere justificari hominem per fidem sine operibus, ut si quis crediderit, non ad eum pertineat bene operari, sed ad hoc potius, ut nemo arbitretur meritis priorum bonorum operum se pervenisse ad donum justificationis quae est in fide. Super Divi Jacobi Epistolam, Caput II, PL 93:22.

Hilário de Poitiers (c 315-67) sobre Mateus 9:

Este foi perdoado por Cristo pela fé, porque a Lei não poderia conceder, pois somente a fé justifica.

Latim de Migne: Et remissum est ab eo, quod lex laxare non poterat; fides enim sola justificat. Sancti Hilarii In Evangelium Matthaei Commentarius, PL 9:961.

Basílio de Cesareia (Ad 329-379):

Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor, que Cristo para nós foi feito por Deus santificação, sabedoria, justificação, e redenção. Este é o perfeito e puro gloriar-se em Deus, quando alguém não se orgulha devido à sua própria justiça, mas sabe que é realmente indigno da verdadeira justiça e é (ou foi, δεδικαιωμένον) justificado unicamente pela fé em Cristo.

Ver Chemnitz, Examination of the Council of Trent, Part 1, trans. Fred Kramer (St. Louis: Concordia Publishing House, 1971), p. 505.

Texto Grego: `O kaucw,menoj evn Ku,ri,w| kauca,sqw( le,gw o[ti Cristo.j h`mi/n evgenh,qh sofi,a avpo. Qeou/( dikaiosu,nh te kai. a`giasmo.j kai. avpolu,trwsij\ `Ina kaqw.j ge,graptai( `O kaucw,menoj( evn Ku,ri,w| kauca,sqw) Au[th ga.r dh. h` telei,a kai. o`lo,klhroj kau,chsij evn Qew/|( o[te mh,te evpi. dikaiosu,nh| tij epai,retaith/| e`autou/( avll v e;gnw me.n evndeh/ o;nta evauto.n dikaiosu,nhj avlhqou/j( pi,stei de. mo,nh| th/| eivj Cristo.n dedikaiwme,on)

Homilia XX, Homilia De Humilitate, §3, PG 31:529. No contexto, Basílio apelava ao exemplo do Apóstolo Paulo como um homem regenerado.

Jerónimo (347-420) sobre Romanos 10:3:

Deus justifica somente pela fé.

Ignorantes enim justitiam Dei, et suam quaerentes statuere: justitiae Dei non sunt subjecti. Ignorantes quod ***Deus ex sola fide justificat*** et justos se ex legis operibus, quam non custodierunt, esse putantes: noluerunt se remissioni subjicere peccatorum, ne peccatores fuisse viderentur, sicut scriptum est: Pharisaei autem spernentes consilium Dei in semetipsis, noluerunt baptizari baptismo Joannis. Item quia sacrificia legis, et caetera, quae umbra erant veritatis, quae per Christum perfici habebant, praesentia Christi cessaverunt: cui credere noluerunt: In Epistolam Ad Romanos, Caput X, v. 3, PL 30:692D.

Hilário sobre Mateus 9:

"Este foi perdoado por Cristo pela fé, porque a Lei não poderia conceder, pois somente a fé justifica."

Ou veja-se a tradução em Tomás de Aquino, Catena Aurea: A Commentary on the Four Gospels Collected out of the Works of the Fathers, 4 Volumes, trans. and ed. John Henry Cardinal Newman (London: The Saint Austin Press, reprinted 1997), onde se lê: "os pecados da sua alma que a Lei não poderia remir lhe são remidos, pois somente a fé justifica.

Latim de Migne: Et remissum est ab eo, quod lex laxare non poterat; fides enim sola justificat. Commentarius in Evangelium Matthaei, Caput VIII, PL 9:961

Tomás de Aquino:

Os sacramentos da Nova Lei no entanto, embora sejam elementos materiais, não são elementos carenciados, por isso podem justificar. De novo, se houve alguém na Velha Lei, que foi justo, ele não foi feito justo pelas obras da Lei mas somente pela fé em Cristo "a quem Deus propôs para ser uma propiciação mediante a fé", como se diz em Romanos (3:25). Assim, os sacramentos da Antiga Lei eram determinadas protestações da fé em Cristo, tal como os nossos sacramentos são, mas não da mesma maneira, porque esses sacramentos estavam configurados para a graça de Cristo como algo que está no futuro, os nossos sacramentos, no entanto, testemunham como coisas que contém uma graça que está presente. Portanto, ele diz significativamente, que não é pelas obras da lei que somos justificados, mas pela fé em Cristo, porque, apesar de alguns que observaram as obras da Lei em tempos passados ​​ terem sido feitos justos, não obstante, isso foi efetuado somente pela fé em Jesus Cristo.

St. Thomas Aquinas, Commentary on Saint Paul’s Epistle to the Galations, trans. F. R. Larcher, O.P. (Albany: Magi Books, Inc., 1966), Chapter 2, Lecture 4, (Gal. 2:15-16), pp. 54-55.

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