quinta-feira, 28 de julho de 2022

A TRADIÇÃO INVISÍVEL

 

Conhecemos o conteúdo das Escrituras, de modo que, tirando as diferenças relacionadas com os deuterocanónicos/apócrifos, todos os cristãos sabem a que corpus se referem quando falam da Bíblia.

No entanto, não ocorre a mesma coisa quando se fala da tradição apostólica extrabíblica.

Por isso, algum amável apologista católico, poderia nos explicar qual é precisamente o conteúdo da tradição apostólica que a Igreja de Roma se preza de guardar?

Se for possível, acrescente a evidência de que as tradições que cita são de origem autenticamente apostólica.

E seria ótimo se fornecesse uma fonte magisterial (papa ou concílio) cuja autoridade apoie a referida delimitação.

quinta-feira, 7 de julho de 2022

Fatalismo, paganismo e predestinação

 

Muitas pessoas têm uma aversão instintiva à ideia de predestinação. Mas uma das coisas interessantes sobre a predestinação é a forma como ela requer uma cosmovisão cristã para subscrevê-la. No paganismo, a predestinação é impossível. Não existe nenhum Deus Criador absoluto. Os deuses são eles próprios produto do processo do mundo em curso. Os deuses não são omniscientes. Nenhum deus controla tudo. Eles têm jurisdições territoriais.

Portanto, não é possível no paganismo que o mundo se desenrole de acordo com um plano mestre. Muitos eventos acontecem sem razão. A contingência absoluta desempenha um papel enorme na história. Se se repor a história numa data anterior, ela nunca se repetirá.

A mitologia grega tem uma doutrina obscura das Parcas. Elas predeterminam o tempo de vida dos humanos.

O fatalismo clássico é diferente da predestinação porque o resultado é inevitável, independentemente do que mais aconteça. Não há uma cadeia de eventos que leva a um resultado particular, mas vários caminhos que convergem todos para o mesmo resultado. Alterar as condições iniciais não altera o resultado. Não é claro que o fatalismo seja coerente mesmo numa cosmovisão pagã, exceto no sentido deus ex machina.

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