sábado, 9 de janeiro de 2021

Não vos torneis escravos de homens


Por preço fostes comprados; não vos torneis escravos de homens. (1 Coríntios 7:23)

A Igreja é não-denominacional e não-sectária.

Cada igreja local é absolutamente autónoma, livre, e soberana e ainda que tenha comunhão e relações de colaboração com outras comunidades, reconhece apenas um "chefe" e esse chefe é Cristo.

Os condutores da comunidade, pastores e anciãos, diáconos e diaconisas, são eleitos pela igreja local para a igreja local, sem nenhum envolvimento de entidades externas.

Nenhum "corpo" pode ter pretensões de superioridade sobre os outros membros e nenhuma "autoridade" tem o direito de exercer "poder" sobre as comunidades.

Estai firmes na liberdade. (Gálatas 5:1)

sábado, 2 de janeiro de 2021

O mal como necessário para a manifestação da Glória de Deus

 

O terceiro método para lidar com esta questão é ficar satisfeito com os pronunciamentos simples da Bíblia. A Escritura ensina, 1. Que a glória de Deus é o fim ao qual a promoção da sacralidade, e a produção da felicidade, e todos os outros fins estão subordinados. 2. Que, como tal, a automanifestação de Deus, a revelação da sua infinita perfeição, sendo a mais elevada concebível, ou bem possível, é o fim último de todas as suas obras na criação, providência e redenção. 3. Como criaturas sencientes são necessárias para a manifestação da benevolência de Deus, não poderia haver qualquer manifestação da sua misericórdia sem miséria, ou da sua graça e justiça, se não houvesse pecado. Do mesmo modo que os céus declaram a glória de Deus, também Ele engenhou um plano de redenção, “Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus” (Ef. 3:10). O conhecimento de Deus é a vida eterna. É para as criaturas o bem mais elevado. E a promoção desse conhecimento, a manifestação multiforme das perfeições do Deus infinito, é o fim mais nobre de todas as suas obras. Isto é declarado pelo apóstolo ser o fim contemplado, tanto no castigo dos pecadores como na salvação dos crentes. É um fim ao qual, diz ele, nenhum homem pode objetar. “E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou” (Rom. 9:22-23). O pecado, como tal, segundo a Escritura, é permitido, para que a justiça de Deus possa ser conhecida no seu castigo, e a sua graça no seu perdão. E o universo, sem o conhecimento destes atributos, seria como a terra sem a luz do sol.

A glória de Deus sendo o fim maior de todas as coisas, não estamos obrigados a assumir que este é o melhor mundo possível para a produção da felicidade, ou até mesmo para assegurar o maior nível de piedade entre criaturas racionais. Este mundo está sabiamente adaptado ao fim para que foi desenhado, nomeadamente, a manifestação das multiformes perfeições de Deus. Que Deus, ao se revelar, promove o bem maior das suas criaturas, de forma consistente com a promoção da sua própria glória, pode ser admitido. Mas inverter esta ordem, fazendo do bem da criatura o fim mais elevado, é perverter e subverter todo o sistema; é pôr os meios no lugar do fim, subordinar Deus ao universo, o Infinito ao finito. Isto de pôr a criatura no lugar do Criador, perturba os nossos sentimentos e convicções morais e religiosas, assim como a nossa compreensão intelectual de Deus, e da sua relação com o universo.

Os teólogos mais antigos quase unanimemente fazem da glória de Deus a epítome, e o bem da criatura o fim subordinado de todas as coisas. Twesten, de facto, diz que não faz qualquer diferença se dizemos que Deus apresenta a sua glória como fim último, e, para esse propósito, determinou-se a produzir o mais alto grau de bem; ou se dizemos que Ele planeou o bem maior das suas criaturas, da qual a manifestação da sua glória flui por consequência. Contudo, faz toda a diferença do mundo, se o Criador está subordinado à criatura, ou a criatura ao Criador; se o fim é os meios, ou os meios o fim. Há uma grande diferença entre ser a terra ou o sol o centro do nosso sistema solar. Se fazemos da terra o centro, a nossa astronomia ficará numa confusão. E se fizermos da criatura, e não Deus, o fim de todas as coisas, a nossa teologia e religião ficarão do mesmo modo deturpadas. Pode ser, em conclusão, seguramente afirmado que um universo construído para o propósito de fazer Deus conhecido, é muito melhor que um universo desenhado para a produção de felicidade.

Teologia Sistemática Vol. I, 1872, Charles Hodge, “A Existência do Mal”.

https://sensocomumempt.home.blog/2019/08/02/teologia-sistematica-vol-i-1872-charles-hodge-a-existencia-do-mal/

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