domingo, 21 de maio de 2017

A IGREJA


Quando o Novo Testamento fala de igreja se refere quase sempre (isto é, 100 vezes em 110) à igreja "local" que pode ser uma pequena igreja (Mt. 18:20) e que pode reunir-se até numa casa (Rom. 16:5). A Escritura também fala de cada comunidade local como do "Corpo de Cristo" naquele lugar e naquela época. Não devemos portanto ter o conceito que a comunidade de uma cidade representa o olho e a de outra cidade o ouvido… e por aí adiante, antes devemos crer que cada comunidade representa onde se encontra, o corpo de Cristo (1 Cor. 12:27).

Cada igreja local, portanto é autónoma e ainda que tenha comunhão e relações de colaboração com outras comunidades, reconhece um só "chefe" e este chefe é Cristo.

Nenhum "corpo" pode ter pretensões de superioridade sobre os demais e nenhuma "autoridade" tem o direito de exercer "poder" sobre as comunidades. Cristo é o chefe de cada comunidade e Ele guia e edifica mediante a obra do ministério, pela luz da Palavra, pela guia do Espírito. Se quisermos traçar um rápido esquema escritural da igreja, podemos articulá-lo como se segue:

1) A igreja cristã de todos os séculos e de cada lugar tem um só chefe: Jesus Cristo. Ef. 5:23.

2) A "igreja" é constituída pelos "primogénitos escritos nos céus" e pelos "justos tornados perfeitos" Heb. 12:22-23.

3) E é aperfeiçoada e edificada mediante a obra do ministério realizada pelos obreiros suscitados e dados por Cristo. Ef. 4:11.

4) A igreja de cada lugar e de cada época foi chamada a ser luz do mundo e a evangelizar os povos no poder do Espírito Santo. Mt. 5:14 - Atos 1:8.

5) A igreja é constituída na sua estrutura terrena pelas igrejas locais. Apoc. 1:4.

6) Cada igreja local tem Cristo, como chefe supremo. Apoc. 2:1.

7) Em cada igreja há perfeita igualdade entre todos os membros que a compõem. Mt. 23:8.

8) Cada igreja é aperfeiçoada e edificada por meio do serviço suscitado por Deus e exercido em humildade. Mat. 20:26.

9) Cada igreja é absolutamente autónoma e livre de administrar-se em relação à sua vida e experiência. Atos 14:26.

10) As "igrejas" têm uma relação igualitária de comunhão mediante os vínculos do amor e as relações espirituais de livre colaboração no plano de uma verdadeira e profunda identidade doutrinal e moral. Col. 4:16.

11) As igrejas não estão submetidas a nenhum poder central e não aceitam estruturas hierárquicas que queiram sobrepor-se à sua autonomia e liberdade. Atos 11:1-3.

12) Cada igreja é livre de:

a) Programar a sua atividade. Atos 13:1-3

b) Ter as suas missões e as suas publicações. Fil. 4:15

c) Subvencionar os seus obreiros cristãos. Gal. 6:6

d) Participar livremente em programas coletivos. 1 Cor. 16:1

e) Receber ministros e ter relações de comunhão e colaboração com outras igrejas, prescindindo de considerações denominacionais ou organizativas, mas não de considerações doutrinais e morais. Col. 4:16 - Mc. 9:38-39

f) Possuir os seus locais. 1 Cor. 16:19 - Col. 4:15

g) Reconhecer os seus ministros, anciãos e diáconos e conservar o governo da comunidade segundo os princípios estabelecidos pela Palavra de Deus e em função das necessidades locais. 1Tess. 5:12 - Fil. 1:1

13) Cada igreja ao recusar "órgãos", "títulos" e "qualificações" estranhos ao ensino da doutrina cristã não faz mais do que reafirmar a validade dos "ministérios" conferidos por Deus e portanto a "disponibilidade" para aceitar livremente a oferta de colaboração edificativa que pode ser dada e recebida. Rom. 1:11-12

14) Cada igreja deve sentir-se comprometida a defender a liberdade cristã que deriva da verdade. Gal. 5:1

sábado, 13 de maio de 2017

Giorgio Spini*, sobre a Reforma - 1957


Os homens da Reforma não foram argutos políticos ou clarividentes revolucionários sociais ou apoiantes da liberdade da cultura. Foram terrivelmente ingénuos e simples: acharam que era preciso procurar primeiro o reino dos Céus e que tudo o resto seria acrescentado: não hesitaram em crer uma coisa tão absurda, à vista humana pelo menos, que o grão de mostarda do Evangelho pudesse crescer até se tornar árvore gigante e abrigar debaixo da sua sombra pássaros de todo o género. Nós fomos, até agora pelo menos, mais realistas, mais astutos, mais doutos: procuramos o reino desta terra. A história nos demonstrou que a simples fé da Reforma era capaz de mover montanhas seculares e abater muros mais firmes do que aqueles de Jericó: nos demonstrou ao contrário que a nossa sabedoria serve apenas para levantar frágeis casas expostas a ruir ao primeiro adensar da tempestade e ao primeiro sopro de ventos adversos. Ainda hoje, a tanta distância de séculos, a mensagem da Reforma é sinal de contradição ou de salvação: mensagem de escândalo ou de loucura, como ela suou a primeira vez, na face dos poderes coligados do pontificado romano, do império de Carlos V, da banca dos Fugger. Como há tantos séculos, essa mensagem não nos chega do alto de um trono, nem nos vem imposta com exércitos armados ou tesouros de financeiros. Vem-nos apenas da quebrada voz de um humilde testemunho, desamparado e sozinho diante dos poderes deste mundo, que nos repete: «Não posso fazer de outro modo. Que Deus me ajude».


*Giorgio Spini (1916 -2006) foi um dos mais importantes historiadores italianos do século XX.


quinta-feira, 11 de maio de 2017

Dai a César o que é de César


Ninguém dê parte dos seus impostos a uma igreja ou instituição religiosa, porque é sinal que essa igreja ou instituição se aliou com o Estado, e portanto perdeu a sua liberdade em Cristo Jesus. A Igreja deve autofinanciar-se com dinheiro dos próprios membros.

Dai a César o que é de César.


segunda-feira, 8 de maio de 2017

A tenacidade do texto do Novo Testamento


Alguém te mostrou uma apresentação com X variantes textuais ou te disse que há mais variantes textuais que letras/versículos/etc bíblicos?

Alguém te apresentou uma teoria da conspiração onde certo texto bíblico que ele não gosta foi forjado de alguma forma misteriosa?

Este texto então é para você. Porque graças à tenacidade do texto do Novo Testamento, todas as variantes textuais passam a agir a favor da confiabilidade das Escrituras e nos garante que o texto original chegou até nós. Ela até nos mostra se houve tentativa de corrupção do texto!!!

http://www.e-cristianismo.com.br/teologia/bibliologia/tenacidade-do-texto-do-novo-testamento.html
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