sexta-feira, 27 de julho de 2012

«Se dependesse da Inquisição viveríamos tempos maravilhosos»


Numa troca de comentários com um jovem católico romano, ele dirigiu-me estas palavras:

«Nisso você tem razão, infelizmente a inquisição acabou, queria que ainda tivesse ativa, pois aprendi várias coisas com os inquisidores, principalmente com Bernardo de Gui (séc. XIV) tido como um dos mais severos inquisidores, que dava as seguintes normas aos seus colegas:

O Inquisidor deve ser diligente e fervoroso no seu zelo pela verdade religiosa, pela salvação das almas e pela extirpação das heresias. Em meio às dificuldades permanecerá calmo, nunca cederá à cólera nem à indignação... Nos casos duvidosos, seja circunspeto, não dê fácil crédito ao que parece provável e muitas vezes não é verdade; também não rejeite obstinadamente a opinião contrária, pois o que parece improvável freqüentemente acaba por ser comprovado como verdade... O amor da verdade e a piedade que devem residir no coração de um juiz, brilhem em seus olhos, a fim de que suas decisões jamais possam parecer ditadas pela cupidez e a crueldade.” (Prática VI p... ed. Douis 232 s).

Se dependesse da Inquisição viveríamos tempos maravilhosos, a não ser que você esteja falando da lenda da inquisição inventada por ai né? Mas isso é outro assunto!»

Estas palavras foram ditas por um jovem católico brasileiro em pleno século XXI. E o mais preocupante é que não é o único a pensar assim.

Mas não é este jovem que, em primeiro lugar, deve ser responsabilizado por esta barbaridade, mas sim os responsáveis morais, aqueles que o doutrinaram até este ponto de fanatismo e obscurantismo, com sistemáticas campanhas de mentira e distorção da verdade histórica.

O catolicismo romano está embebido de uma ideologia totalitária. Quando se sente ameaçado torna-se violento e perigoso na proporção directa do poder que tem na sociedade. 

Há coisas que não devem ser esquecidas. A Inquisição é uma delas. Para que não volte a acontecer.

As máquinas mortais da Inquisição


33 comentários:

  1. Lamentável!

    Felizmente aqui no Brasil a maioria dos católicos sentem vergonha da Inquisição!A "romantização" da Inquisição é sustentada apenas por fanáticos.

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    1. mas teve a inquisicao protestante tambem,esqueceu> o problema e quando se fala em inquisicao so culpam os catolicos, mas a inquisicao foram os excessos cometidos por todos cristaos, nao somente os catolicos. miguel servet grizar que o diga, pena que foi queimado na fogueira com lenha verde com requintes de mazoquismo e crueldade a mando de joao calvino. e nao pode testemunhar nada

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    2. Como se a condenação à morte de Miguel Servet por parte de autoridades civis, pelo crime de heresia, fosse comparável com séculos de perseguição, torturas e execuções da inquisição católica. Por quem, de resto, Miguel Servet já tinha sido condenado à fogueira e por isso fugido para territórios protestantes.

      Além disso, os assassinatos de uns não justificam os assassinatos de outros.

      Mesmo que tivesse havido uma imaginária «inquisição protestante», nada nos une institucionalmente a Calvino ou aos magistrados de Genebra. E condenamos todo o comportamento que Calvino teve no processo de Servet e todos os que, sejam católicos ou protestantes, defendam a pena de morte pelo crime de heresia.

      Não justificamos ou desculpamos esses atos ao contrário do que você pretende fazer, tornando-se cúmplice da barbaridade.

      Dizer que a inquisição foram meros excessos cometidos por todos os cristãos é tão cobarde, ignóbil e repugnante que nem merece mais comentários.

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  2. Á questão é que o catolicismo tem vindo a sofrer uma sangria de fiéis principalmente na América latina. E à medida que vão perdendo fiéis de forma galopante sem conseguir inverter a situação vão radicalizando os meios utilizados, por desespero ou por já não terem mais nada a perder.

    Basta ver, por exemplo, como é utilizado o Youtube para divulgação de propaganda de guerra, e como têm vindo a surgir videos cada vez mais hostis e violentos contra os evangélicos. Há videos com palestras gravadas que são autênticas campanhas negras, e percebe-se que não são simples católicos que colocam lá os vídeos de modo esporádico, percebe-se que há uma certa organização e orquestração por trás, incluindo nos comentários aos vídeos. E é assim com este tipo de intoxicações que forjam estes cruzados e inquisidores do século XXI. Alguém há de ser responsável por isto.

    Parece-me que na América latina em geral e no Brasil em particular o catolicismo romano está em plena contra-reforma.

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  3. Eu não sei se você soube,mas eu trago a título de curiosidade que o IBGE(Instituto brasileiro de Geografia e Estatísticas) divulgou que o número de evangélicos no Brasil cresceu,a exceção da "igreja" Universal, e ainda disse que a Igreja que mais cresceu foi a Assembléia de DEUS!!!!Sola Deo gloria!!!!

    O mais engraçado foi entrar nos blogs romanistas e ver todos eles se justificando e lamentando o crescimento dos "hereges".Graças a Deus a Inquisição já passou mesmo e nós podemos acreditar livremente no que quisermos!!!

    Eu não sei como está a situação por aí na Europa,mas graças a DEUS aqui no Brasil o crescimento é grande!

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  4. Ouvi falar que também existiu inquisição protestante. É verdade?

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  5. Claro que não é verdade.

    A expressão "inquisição protestante" é um disparate, que só se pode justificar por uma profunda ignorância histórica ou pelo desejo de caluniar os protestantes e arranjar uma desculpa para a inquisição católica.

    A "santa" inquisição é uma instituição própria da Igreja Romana.

    Na Europa protestante nunca existiu uma inquisição.

    Não deve acreditar em tudo o que ouve por aí.

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  6. Olá irmãos, parabéns pelo blog, que tem servido de apoio apologético pra muitos, incluisve pra mim, trago aqui a vcs, um artigo que fiz a pouco tempo sobre a mentira dos romanistas de que houve uma inquisição protestante!! observações são bem vindas.

    http://www.firmefundamento.com.br/index.php?pagina=1628310547_02

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  7. Olá irmãos, parabéns pelo blog, muito edificante, e tem servido a todos no campo da apologética cristã reformada aqui no Brasil, em resposta a pergunta do Antônio, eu veiculo aqui um artigo que fiz a pouco tempo sobre a acusação descabida de que houve inquisição protestante:

    http://www.firmefundamento.com.br/index.php?pagina=1628310547_02

    observações são bem vindas.

    meu e-mail é apologetica@firme fundamento.com.br

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  8. Não tem nexo dizer que o catolicismo romano foi estabelecido quando o cristianismo se tornou a religião oficial do império romano.

    O catolicismo romano não foi estabelecido num determinado momento na história (como também não foi a ortodoxia oriental ou o protestantismo), mas é o resultado de vários acontecimentos históricos e de um longo processo de desvios na doutrina e práticas que se sucederam ao longo dos séculos na Igreja de Roma.

    É certo que se o cristianismo não se tivesse tornado a religião oficial do império romano, a Igreja de Roma nunca teria tido a influência desmesurada que teve no Ocidente, e nunca teria existido o catolicismo romano, mas esse acontecimento não foi a única nem a suficiente causa para o surgimento do que hoje conhecemos como Igreja Católica Apostólica Romana, que além de uma instituição religiosa é um Estado independente.

    Também é um manifesto exagero falar em milhões de vítimas do romanismo, foram sim muitos milhares mas não milhões. No entanto, basta ter havido só uma vítima para que a culpa de derramamento de sangue inocente não possa ser negada à instituição vaticana e a sua integridade questionada.

    Muitos católicos dizem que a "Igreja é santa", querendo com isto afirmar uma impecabilidade moral e doutrinal do romanismo que é pura fantasia.

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    1. Realmente irmão, o catolicismo não se tornou oficial quando o cristianismo foi tolerado a partir de constantino, ele se tornou sim, soberano a partir de 380 com o decreto dos imperadores, ficou estabelecido que a partir daquele momento, o cristianismo interpretado por Roma, era a unica forma aceita, a partir dai, é que o declínio se tornou cada vez maior!!!

      "Também é um manifesto exagero falar em milhões de vítimas do romanismo, foram sim muitos milhares mas não milhões."

      não duvido que ao longo de seculos, desde Prisciliano, até seculos depois da reforma, o romanismo tenha levado a morte, literalmente milhões de pessoas, sabemos muito bem, que muitos eram marginalizados e excluídos da sociedade depois serem taxados de hereges pela Igreja Romana, era de fato considerado crime contra a igreja, receber em casa ou dar auxilio a um herege.

      e manifesto exagero, é a militância romanista querer se pintar de vitimas sintomáticas e insinuar que houve uma inquisição protestante, ou pior, que tal inquisição protestante, fora pior e mais sanguinolenta do que as perseguições promovidas pelo catolicismo!!!

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  9. "Não tem nexo dizer que o catolicismo romano foi estabelecido quando o cristianismo se tornou a religião oficial do império romano."

    O texto seguinte, que foi extraído do "Decreto dos Impera­dores Graciano, Valentino II, e Teodósio I" do dia 27 de fevereiro de 380 d.C, refere-se ao estabelecimento do catolicismo romano como a religião do Estado e a proibição de qualquer outra forma de adoração:

    "Nós ordenamos que aqueles que crêem nessa doutrina [de Roma] devem receber o título de cristãos católicos, mas os outros, nós os jul­gamos serem loucos e delirantes e dignos da desgraça resultante do ensinamento herético, e as suas assembléias não são dignas de rece­ber o nome de igrejas. Eles devem ser punidos não só pela vingança divina mas também pelas nossas próprias medidas, que decidimos de acordo com a inspiração divina."(Sidney Z. Ehler e John B. Morrall, tradutores e editores desses documentos antigos, Church and State Through the Centuries (Londres, 1954), p.7.).

    note querido irmão, que o catolicismo não ganhou estatus com Constantino que apenas o tolerou, mas literalmente, o catolicismo romano, só se tornou o unico representante do cristianismo través do decreto acima. NOte que o decreto não favorece a Roma Católica em detrimento de outras religiões paganistas, o decreto estabelece o Catolicismo de Roma, como unico representante, ao se referir que outras assembleias não devem ser consideradas IGREJAS... ou seja, é a partir desse momento que Roma, começa a escalar até chegar na soberania que alega ter hoje!! Isso depois de tal decreto, e não antes como os católicos querem empurrar, ou como os ateus misturam e dizem que o Cristianismo Romano e por tabela, insinuam que a fé cristã só surgiu com constantino.

    "Também é um manifesto exagero falar em milhões de vítimas do romanismo, foram sim muitos milhares mas não milhões."

    se levarmos em conta, desde a época de Prisciliano, bispo de Ávila,que foi falsamente acusado de heresia, bruxaria e imoralidade por um Sínodo em Bordeaux, França, em 384 d.C. (sete de seus escritos refutando estas acusações foram recentemente descobertos na biblioteca da Universidade de Wurzburgo na Alemanha), Prisciliano e seis outros foram degolados em Trier, em 385 d.C. e a este, muitos martírios se seguiam até a era da reforma...calculando também as mortes por abandono, devido o fato de ser acusado de heresia pela Igreja Romana, naquela época, imputava em ser rejeitado por todos e não ser apoiado por ninguém, certamente não seria exagero afirmar que literalmente, milhões de pessoas morreram ao longo de mais de 1200 anos....

    contudo, como vc acertadamente diz:" basta ter havido só uma vítima para que a culpa de derramamento de sangue inocente não possa ser negada à instituição vaticana e a sua integridade questionada".

    ps: se os comentário se repetirem, é devido o servidor pedir para eu logar....e depois tenho digitar tudo novamente pois não visualizo o comentário anterior.

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    1. Você confunde o Cristianismo Antigo com o Catolicismo Romano. Em rigor, só tem cabimento falar de Catolicismo Romano depois do cisma do Oriente ocorrido em 1054, para distinguir a Igreja de Roma das Igrejas Ortodoxas orientais e outras independentes de Roma.

      Antes desta data deve falar-se em Igreja de Roma, Igreja do Norte de África, Igreja de Alexandria, Igreja de Jerusalém, Igreja Grega etc. Todas estas igrejas eram independentes, sendo que através de concílios ecuménicos mantinham uma comunhão universal (católica) de igrejas.

      Assim, no século IV a jurisdição da Igreja de Roma limitava-se à cidade de Roma e aos seus subúrbios. É claro que umas igrejas eram mais importantes politicamente que outras. A Igreja de Roma, sendo a Igreja da capital do Império e a única "sé apostólica" do Ocidente, tinha uma grande importância religiosa e política. Se o bispo de Roma não subscrevesse as decisões de um concílio ecuménico havia um grande problema político e religioso no Império.

      Ora, este equilíbrio de Igrejas com o tempo foi desfeito à mesma medida que ia sendo desfeito o império, porque as Igrejas do Norte de África foram perdendo força até desapareceram com as invasões Árabes. Com as Igrejas de Alexandria e Jerusalém ocorreu a mesma coisa e praticamente desapareceram após as invasões Árabes. De modo que restaram apenas dois grandes centros da cristandade. A Igreja de Roma e a Igreja de Constantinopla.

      Foi só no ano de 445 que o bispo de Roma Leão Magno conseguiu do imperador, que nessa altura já se tinha mudado para o Oriente, a jurisdição sobre todo o Ocidente. O Império Romano do Ocidente estava em decadência e poucos anos depois acabou por cair.

      Então a Igreja de Roma ficou livre do Estado imperial e do imperador, e ganha ainda mais força política, porque no meio do caos instalado vai ocupar o poder político e temporal deixado vago pelo Império. O bispo de Roma torna-se assim praticamente como um novo imperador do Ocidente. No século VIII, o papado apoiado numa falsificação chamada Doação de Constantino cria os Estados pontifícios e não quis deixar o poder temporal senão até data recente. Enquanto isso a Igreja no Oriente continuava sob a alçada do Império Romano do Oriente e dos imperadores.
      .

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    2. Ora bem, o decreto que você menciona, do ano 380, não se refere ao estabelecimento do catolicismo romano como a religião do Estado e a proibição de qualquer outra forma de adoração. É um aburdo dizer isto!

      Este decreto é chamado o Édito de Tessalónica

      http://en.wikipedia.org/wiki/Edict_of_Thessalonica

      O que resulta deste Édito é o fim da liberdade religiosa no Império romano, que tinha sido concedida pelo imperador Constantino cerca de 70 anos antes, e proclama o cristianismo (não o catolicismo romano!) como a religião oficial do império.

      Coloco em seguida todo o texto do decreto traduzido da mesma obra que refere:

      "Desejamos que todas as pessoas, sob a influência benigna das nossas regras de clemência, voltem-se para a religião que a tradição desde Pedro até aos dias de hoje declara ter sido entregue aos Romanos pelo bem-aventurado Pedro Apóstolo, a religião que é claro o Pontífice Dâmaso e Pedro, Bispo de Alexandria, um homem de santidade apostólica, seguem; esta fé é que creiamos, de acordo com a disciplina apostólica e a doutrina evangélica, que há um Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, em igual Majestade e uma santa Trindade. Ordenamos que aqueles que seguem esta doutrina recebam o título de Cristãos Católicos, mas os outros, nós os jul¬gamos serem loucos e delirantes e dignos da desgraça resultante do ensinamento herético, e as suas assembléias não são dignas de rece¬ber o nome de igrejas. Eles devem ser punidos não só pela retribuição divina mas também pelas nossas próprias medidas, que decidimos de acordo com a inspiração divina.

      Dado na terceira calenda de março em Tessalônica, Graciano e Teodósio sendo cônsules"

      Então a que doutrina se refere este decreto? À de Roma? Como indevidamente aparece entre parêntesis no seu texto?

      Não, refere-se a doutrina ortodoxa da Trindade estabelecida em Niceia. Os outros “loucos e delirantes” e as assembleias que não devem ser chamadas de igrejas são os grupos hereges antitrinitários (como os arianos, patripassianos, novacianos etc.), que não se tinham dado por vencidos após o concílio de Niceia e continuavam a criar conflitos pelo Império.

      Na mesma obra que refere, os autores comentam este Édito dizendo:

      Comentário
      Este Édito é o primeiro que definitivamente introduz a ortodoxia Católica como a religião oficial do mundo Romano. Ele marca o fim da grande controvérsia religiosa do século IV sobre a Trindade, ocasionada pela heresia Ariana e suscitando definições do dogma ortodoxo pelos Concílios de Nicéia (325) e de Constantinopla (381). O reconhecimento da verdadeira doutrina da Trindade é tornado a prova de reconhecimento do Estado. A citação da Sé Romana como o modelo de crença correta é significativo, a menção do nome do patriarca de Alexandria com a do papa foi devido à forte defesa da Sé Egípcia da posição trinitária, particularmente sob Santo Atanásio. A última frase do Édito indica que os imperadores contemplam o uso da força física a serviço da ortodoxia, este é o primeiro caso registado de tal orientação.

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    3. Depois da "cristianização" do Império Romano por Constantino, ocorreram acontecimentos diversos, alguns dos quais contribuíram para afirmar a fé ortodoxa (em sentido estrito) tal como se expressa nas definições e nos Credos dos primeiros concílios ecuménicos que todos os cristãos podem subscrever.

      O desvio doutrinal com respeito às doutrinas bíblicas não foi súbito, completo nem generalizado. Mas certamente ocorreu e deu lugar ao surgimento do que hoje conhecemos como Igreja Católica Apostólica Romana, com sua estrutura hierárquica, doutrinas e práticas que em muitos casos não são conformes às Escrituras. Isto não significa que no princípio absolutamente tudo fosse mau ou estivesse corrompido para lá de toda a possibilidade de recuperação.

      Aqueles que sustentam a tese da apostasia total são geralmente grupos heréticos (os mórmons são um caso típico) ou simplesmente ignorantes da complexa história da Igreja.

      As doutrinas distintivas da Igreja de Roma e que são aportes propriamente seus são todas muito tardias e desconhecidas para a Igreja antiga, como o dogma da Transubstanciação e delimitação de sete sacramentos, que é necessário para a salvação estar sujeito ao papa, a definição do cânon do AT com inclusão dos apócrifos, a Tradição oral apostólica em pé de igualdade com as Escrituras, a Imaculada Conceição, o primado e a infalibilidade do papa, a Assunção Corporal da virgem Maria, etc.

      Em outras palavras, o bom que tem a Igreja de Roma é o que traz da antiguidade (primeiros quatro séculos), que não foi aporte primariamente seu (com excepção da carta de Leão Magno que foi ratificada em Calcedónia). A maior parte do que acrescentou é alheio ou contrário à revelação bíblica.

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  10. A primeira cruzada foi proclamada no século XI e a primeira inquisição é instituída no século XII e prolongam-se até ao século XVI. Antes desta data a heresia não era punida com pena de morte. São portanto aproximadamente 5 séculos de massacres e extermínio. Não sei onde vai buscar 1200 anos.

    Para a Igreja Católica poder matar milhões de pessoas precisava de possuir a bomba atómica ou outras armas de destruição maciça e haver milhões de pessoas candidatas a "hereges".

    Das primeiras não há notícias que Roma tenha possuído alguma vez tal arsenal bélico, e das segundas é muito improvável que alguma vez tenham existido. Não só porque a população Europeia na Idade Média era muito menor do que atualmente (não ultrapassava os 80 milhões no melhor período), como a própria inquisição e clima de terror instalado tinha um efeito repressivo e dissuasor na população que tivesse ideias de mudar de religião. Não acha que 90 % dos evangélicos de hoje, se vissem um evangélico a arder na fogueira e sentissem que podiam ser os próximos rapidamente deixariam de sê-lo?

    Mesmo que Roma tivesse assassinado todos os cátaros, todos os valdenses, e todos os anabaptistas dificilmente chegaria a um milhão de vítimas.

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  11. Prisciliano

    Vida: Nació en España hacia la mitad del s. IV y comenzó sus actividades en torno al 370 ó el 375. Predicador de una ascética muy rigurosa, comenzó su obra en el sur de España, gozando de especial predicamento entre las mujeres. Pronto se le unieron dos obispos, Instancio y Salviano, pero se le opusieron otros dos: Hidacio de Mérida e Itacio de Ossonoba (Algarve). Un concilio celebrado en Zaragoza a fines del 380 condenó las ideas de Prisciliano y sus adeptos pero sin tomar medidas disciplinarias contra las personas. La respuesta de Instancio y Salviano fue consagrar a Prisciliano como obispo de Avila. Hidacio e Itacio obtuvieron entonces de Graciano un decreto de exilio contra los maniqueos, que aprovecharon contra Prisciliano y sus seguidores. Estos huyeron a Aquitania y posteriormente a Roma y Milán con la intención de lograr el apoyo de Dámaso y Ambrosio, lo que no lograron. Sí consiguieron, no obstante, la revocación del decreto de exilio con lo que Prisciliano e Instancio pudieron regresar a España. Salviano había muerto mientras en Italia. Itacio denunció entonces ante Máximo el usurpador a Prisciliano, y aquél, deseoso de granjearse el apoyo católico, transmitió la causa a un concilio que se celebró en Burdeos el 384. Instancio se vio despojado de su carácter episcopal, mientras Prisciliano, que se negó a asistir, apelaba directamente al emperador. De nada le sirvió porque fue condenado a muerte por inmoralidad y práctica de la magia junto con algunos de sus seguidores, pese a algunos intentos de evitar la pena capital como el de Martín de Tours. Era la primera vez que se condenaba a muerte a un cristiano por herejía, y aquello provocó un enorme pesar incluso en personajes como Ambrosio que se habían negado a recibir a Prisciliano. Itacio fue depuesto e Hidacio dimitió. Los seguidores de Prisciliano seguirían existiendo todavía un tiempo en España y el sur de las Galias.

    Obras: Hasta finales del s. XIX sólo nos habían llegado los cánones paulinos. I. Dóllinger había propuesto atribuir a Prisciliano los once textos del manuscrito de Würzburd, que fueron editados en 1889 por G. Schepss, lo que resultó una conmoción científica ya que eran de una estricta ortodoxia. H. Chadwick ha aceptado tal identificación, siquiera parcialmente. Esto motivó que Ch. Babut considerara a Prisciliano ortodoxo si bien presa de un rigorismo moral que le granjeó claras antipatías. Tal postura es excesiva pues no se puede descartar una pasión de Prisciliano por la astrología así como una pretensión de recibir inspiraciones divinas dudosamente ortodoxas. Como ha señalado C. Vidal Manzanares, la postura de Prisciliano rozaba más que claramente la heterodoxia pero es indiscutible que en su condena pesó, posiblemente, más que ese aspecto el de los enconos personales y que con su ejecución se abría camino una práctica — la de la ejecución de los herejes — que sólo se revelaría portadora de amarguísimos frutos en el futuro. Ver Ambrosio; Martín de Tours.

    DICCIONARIO DE PATRÍSTICA- César Vidal Manzanares - Museo de Marsella

    http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/es/fd4.htm#iq

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  12. Boa complementação e ótima observação irmão, tratarei prontamente de reeditar o meu artigo, adicionando suas colocações onde devidamente elas se encaixam... como eu disse, realmente o seu blog, tem servido muito de apoio a apologética cristã reformada aqui no Brasil.

    contudo, ainda não estou inclinado a crer que você tenha entendido a relação do meu artigo, mas vou analisar suas objeções, embora algumas já me tenham esclarecido.

    sugiro que você dê uma lida, na farta documentação levantada por Dave Hunt referente a isso.

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  13. E permita-me uma observação, o decreto em parte citado no meu artigo, não tenciona dizer que Roma em sua forma cristã tenha sido estabelecida como a religião do Estado e a proibição de qualquer outra forma de adoração, já que a ortodoxia ensinada é a cristã universal, mas note que a partir dai, é que houve a centralização em Roma de toda a cristandade, mesmo que só depois de seculos tenha havido o cisma. Antes desse decreto Roma jamais teve total soberania na cristandade como os católicos afirmam, é isso que dei ênfase.. Até essa data, a ortodoxia se resumia a como se segue:

    "a religião que a tradição desde Pedro até aos dias de hoje declara ter sido entregue aos Romanos pelo bem-aventurado Pedro Apóstolo, a religião que é claro o Pontífice Dâmaso e Pedro, Bispo de Alexandria, um homem de santidade apostólica, seguem; esta fé é que creiamos, de acordo com a disciplina apostólica e a doutrina evangélica, que há um Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, em igual Majestade e uma santa Trindade".

    ou seja, pelo decreto, a identidade de uma comunidade cristã, deveria ter os mesmos padrões que até aquela época eram como vc diz... do cristianismo antigo e não do catolicismo romano em particular.

    o exagero é do proprio decreto, que da enfase demasiada como se essa fé, fosse exclusiva a ROMA



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  14. ""Para a Igreja Católica poder matar milhões de pessoas precisava de possuir a bomba atómica ou outras armas de destruição maciça e haver milhões de pessoas candidatas a "hereges".""

    segue aqui um artigo que sustenta o calculo de "milhões".. por favor, dê uma lida

    http://www.protestantesimo.it/inquisizione.htm

    e repito, seria bom que desses uma lida nas obras de Dave Hunt, principalmente o "A Woman Rides the Beast" (A Mulher Montada na Besta), há mais de dez anos, é o melhor depoimento, entre tantos outros, sobre os erros da Igreja de Roma. Este livro vendeu uns 4 milhões de cópias, tendo sido traduzido em mais de 40 idiomas.

    att... agradeço a atenção!!

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  15. Bem, quanto ao número de vítimas da Inquisição não há forma de determinar com precisão. Então a maior parte dos números que se avançam são palpites particulares.

    No entanto, há uma fonte que é mais que um mero palpite, porque obedece a uma metodologia de cálculo, e portanto merece credibilidade científica.

    A fonte é a Oxford World Christian Encyclopedia que é uma obra de referência padrão. Pode-se citá-la como factual, e as suas referências são aceites na academia.

    World Christian Encyclopedia (2001): This book is the standard reference work for religious statistics of all kinds, both Britannica and the World Almanac cite from it.



    CONFESSION OF VICTIMS, AD 33-2000
    (total martyrs of each tradition)
    Orthodox 42,798,000
    Russian Orthodox 21,626,400
    East Syrians (Nestorians) 12,379,000
    Ukrainian Orthodox 3,500,000
    Gregorians (Armenian Apostolic) 1,215,100
    Roman Catholic 12,210,000
    Catholics (before AD 1000) 855,000
    Independents 3,512,000
    Protestants 3,172,000
    Anglicans 1,046,000
    Marginal Christians 6,700
    other and background martyrs 6,675,700

    PERSECUTORS AND THEIR VICTIMS,
    AD 33-2000
    Persecutors responsible Martyrs
    State ruling power 55,871,000
    Atheists (overlap with above) 31,689,000
    Muslims 9,121,000
    Ethnoreligionists (animists) 7,469,000
    Roman Catholics 5,171,000
    Quasi-religionists 2,712,000
    Buddhists (Mahayana) 1,651,000
    Hindus 676,000
    Zoroastrians (Parsis) 384,000
    Eastern Orthodox 222,000
    Other non-Christians 115,000
    Other Christians 146,000
    SUBTOTALS:
    Non-Christian persecutors 63,882,000
    Christian persecutors 5,538,000
    Total all martyrs 69,420,000

    http://www.gordonconwell.edu/resources/documents/gd16.pdf

    Como se pode ver, este estudo aponta para cerca de 5 milhões as vitimas do Catolicismo Romano.

    Portanto, devo admitir que a carnifícina foi ainda maior do que aquilo que eu pensava, e que na verdade pode ascender à casa dos milhões o número de vítimas do Catolicismo Romano.

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    1. Muito obrigado irmão querido pela sua ótima recomendação de pesquisa, e como você disse, fazemos isso, que é lembrar sobre esse ocorrido, não para causar sectarismo, mas sim, porque a verdade sobre fatos não podem ser enterrados e deixados de lado, principalmente hoje em dia, que a militância católica busca a todo custo, nos pintar em um quadro, em que eles mesmos foram os artistas.

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    2. Valeu :)

      Quer um bom material para o seu site?

      Os artigos de César Vidal sobre alguns mitos difundidos sobre o protestantismo.

      http://www.protestantedigital.com/ES/Blogs/list/6-4

      http://www.protestantedigital.com/ES/Blogs/list/6-5

      http://www.protestantedigital.com/ES/Blogs/list/6-6

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    3. É claro que quero!!! :)
      Muito obrigado...
      acabai de postar mais um artigo refutando a militância católica(o comportamento deles) sua análise contextual será bem vinda.

      http://firmefundamento.com.br/index.php?pagina=1628520412

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  16. Repare-se no que está acontecer aqui neste blogue

    http://juliosevero.blogspot.pt/2013/10/a-inquisicao-o-papa-e-o-suspiro-de.html

    O autor, Júlio Severo, cansado de ver elogios mais ou menos velados ou explícitos à inquisição, escreveu um artigo insurgindo-se contra esse fato e os seus autores, demonstrando as suas incongruências.

    Note-se então a quantidade de mentecaptos que logo apareceram a rasgar as vestes e a gritar blasfémia contra o autor do artigo, só porque ousou condenar a inquisição e aqueles que a defendem!!!

    É inacreditável o número de trogloditas que estão convencidos que a inquisição foi uma coisa boa e justificada.

    Isto só mostra como certa propaganda e revisionismo histórico difundido em sites católicos é perigoso num caldo cultural onde reina o fanatismo, a ignorância, e a predisposição para acreditar em tudo o que vem de uma "autoridade", porque consegue forjar até potenciais assassinos, em nome da religião, que em nada ficam atrás dos fundamentalistas islâmicos.

    A Inquisição esteve para a história da Idade Média como o Holocausto esteve para a história do Século XX. Negar ou relativizar estes acontecimentos é meio caminho andado para que barbáries semelhantes voltem a acontecer.

    Creio que no Brasil negar ou aprovar o Holocausto é crime. Também o devia ser para a Inquisição.

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  17. e miguel servet grizar, foi queimado na fogueira a mando de quem? da inquisicao catolica?

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  18. seria bom se pudessemos ter um debate pacifico e respeitavel para ver se chegariamos a essa tal verdade dita por voces, mas voces nao aceitam e nem publicam os comentarios que nao condiz com tuas verdades, fazer o que , neh? so DEUS na causa, e veremos a verdade no dia do juizo final.

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    1. Não há debate pacífico e respeitável possível com quem apresenta argumentos tão primários e ignóbeis como os seus, para tentar justificar, relativizar ou, sacudir a água do capote, de crimes tão hediondos como os praticados pela «santa» inquisição.

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  19. Ao Manoel Rosa Cruz e a outros que usam da mesma objeção acima, informo-lhe que o Miguel Serveto Grizar fora condenado a morte primeiramente pela inquisição católica na Espanha e França, ele foi preso em Viena por ter negado e pregado contra a doutrina da Trindade. Em uma de suas obras, em Diálogos (1532), ele rejeita o conceito da Trindade. Ele ainda fora condenado segundo o Codex Justiniano que prevê condenação a quem negar o trinitarianismo. Ele também fora condenado por rejeitar o pedobatismo(batismo infantil).

    Quanto ás decisões de Genebra em condenar Miguel Serveto, informo ainda que Calvino não teve qualquer participação, apontam isso devido ele expressar horror a Serveto em uma de suas cartas emitidas na França. Porém, Calvino não tinha qualquer acesso à máquina decisória do Conselho em Genebra. Ele mesmo não podia votar e nem concorrer a qualquer cargo político eletivo devido um estrangeiro. E mesmo quanto aos negócios da Igreja, Calvino quase não tinha qualquer poder decisório.

    O próprio Calvino suplicou ao Conselho que executasse Serveto de uma maneira mais humanitária do que o ritual tradicional de queima de hereges (ele sugeriu decapitação). Mas, claro, o Conselho municipal recusou o argumento de Calvino e isso porque o Conselho municipal de Genebra era conduzido pela facção dos Libertinos, e estes eram totalmente contrários a Calvino e já haviam tentado o expulsar da cidade.

    Calvino consentiu na condenação de Serveto assim como qualquer outro católico de seu tempo que via na heresia antitrinitariana um crime de lesa majestade que deveria ser punido com a morte. Contudo ele mesmo trocou correspondências com Serveto tentando o convencer a abandonar a heresia.

    Fato interessante é que ao mesmo tempo que Miguel era queimado em Genebra, durante este mesmo período, trinta e nove hereges foram queimados em Paris, vítimas da Inquisição católica, que estava sendo aplicada com rigor na Espanha e Itália, e outras partes de Europa. Mais interessante ainda é que muitos "hereges" buscavam abrigo e refugio em Genebra, fugindo das autoridades católicas, todos preferiam o julgamento de Genebra, até mesmo SERVETO que foi o único herege a ser queimado lá durante a carreira distinta de Calvino, que era apenas um advogado em questões de previdência social e planejamento dos serviços de saúde pública.

    E então querido, sua tentativa de apelar ao caso Calvino X Serveto "para tentar justificar, relativizar ou, sacudir a água do capote, de crimes tão hediondos como os praticados pela «santa» inquisição", não tem qualquer relevância.

    E antes que se apontem falácias sobre uma suposta inquisição protestante, informo que a tal nunca existiu e mesmo os juizos efetivados pelos reformadores contra os hereges, eram mais desejados por esses mesmos hereges do que cair nas mãos dos inquisidores católicos. Para além disto, Paul Johnson, um historiador britânico, católico conservador e anti-comunista , assim se refere aos Protestantes. Eis sua citação completa:

    "Os Estados protestantes tendem a ser os principais beneficiários desta série internacional de movimentos religiosos. Eles poderiam ter uma religião oficial, mas tendem a ser mais tolerantes. Raramente empreendiam perseguição sistemática. Não havia neles o equivalente a inquisição. Eles não eram clericalistas. Permitiam que os livros circulassem com mais liberdade. Não abusavam o comercio com o direito canônico. Eles aceitaram a religião "privada" e colocaram o casamento e a família, no meio da mesma. Portanto, melhor se harmonizavam em uma comunidade capitalista. Em última análise, as sociedades protestantes apareceram para alcançar muito mais sucesso do que a católica, na medida que se desenvolvia o sistema capitalista. Esta questão já foi observado em 1804 por Charles de Viller em seu Charles de Viller en su Essai sur l'esprit et l'influence de la réformation de Luther."(Paul Johnson, A History of Christianity, pag 282-283. Traducão: Aníbal Leal e Fernando Mateo, Edição 1: Setembro 2010).







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    1. Calvino tinha uma inimizade pessoal com Serveto que havia crescido ao longo da troca de correspondência entre ambos. Foi Calvino que, através de um refugiado francês que vivia em Genebra, fez chegar as cartas que Serveto lhe havia enviado ao tribunal da inquisição em França, que serviram de prova para o condenar.

      Foi também após Serveto ter ido, inexplicavelmente, ouvir uma pregação de Calvino em Genebra, que foi preso e processado, e Calvino nunca se opôs à condenação à morte de Serveto, ainda que tenha tentado mudar o seu destino pedindo-lhe que se retratasse. Serveto se recusou e a sentença se cumpriu. Suas últimas palavras foram "Misericórdia, misericórdia! Tu, Jesus Cristo, Filho do Deus vivente, tem compaixão de mim!"

      Então não se pode escamotear e, deve ficar bem claro, que o comportamento de Calvino em todo o processo de Serveto foi bastante lamentável.

      A propósito, em Genebra no local onde Serveto foi executado há hoje um monumento que diz:

      "Filhos respeitosos e reconhecedores de Calvino, nosso grande reformador, mas condenando um erro, que foi aquele do seu século, e firmemente apegados à liberdade de consciência segundo os verdadeiros princípios da Reforma e do Evangelho, erigimos este monumento expiatório a XXVII de outubro de 1903"

      https://es.wikipedia.org/wiki/Monumento_a_Miguel_Servet_en_Ginebra

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  20. Caso os católicos estejam incomodados com a condenação de Serveto pelo tribunal de Genebra, talvez creiam que os hereges da época preferissem a "simpática" inquisição católica que se moldava em coisas como:

    "Saiba que os interesses do Santo Governo [Roma papal], e daque­les de sua coroa, consideram o seu dever exterminar os hussitas. Lembre-se de que essas pessoas ímpias se atrevem a proclamar prin­cípios de igualdade; eles afirmam que todos os cristãos são irmãos... que Cristo veio à terra para abolir a escravidão; eles chamam as pessoas à liberdade, isto é à aniquilação de reis e bispos. Enquanto ainda há tempo, pois, levante suas forças contra a Boê­mia; queime, massacre, faça desertos por toda parte, porque nada poderia ser mais agradável a Deus, ou mais útil para a causa dos reis, do que o extermínio dos hussitas.(R.W. Thompson, The Papacy and the Civil Power (New York, 1876), p. 553).

    Ora, não é de admirar que os "hereges" preferissem ser julgados nas cidades protestantes como Genebra, Berna, Basel e Schaffhausen que eram mais pacíficas e justas do que as audiências dos tribunais católicos da Espanha e França, como dito antes, o próprio Serveto pediu para ser julgado em Genebra. E isso, devidamente por já saber que: "Através da... atividade incansável dos papas e seus legados... a posição da Igreja era .. [que] todo desvio do ensinamento da Igreja, e toda oposição importante a qualquer ordenança eclesiástica, de­viam ser punidos com morte, e a mais cruel das mortes, pelo fogo... Eram os papas que incentivavam bispos e padres a condenar os heterodoxos à tortura, confisco de seus bens, aprisionamento, e mor­te, e impor a execução dessa sentença às autoridades civis, sob pena de excomunhão... Todo papa confirmava ou acrescentava aos artifí­cios de seu antecessor... [envolvendo] a Inquisição, que contradizia os princípios mais simples da justiça cristã e o amor ao próximo, e te­ria sido rejeitada com horror universal na igreja primitiva.(J.H. Ignaz von Dollinger, The Pope and the Council (O Papa e o Concílio). Londres, 1869, pp. 190-93).

    Portanto, Serveto lamentavelmente teve o azar de se socorrer em Genebra após fugir da inquisição católica, onde certamente teria um fim de mesma sorte! E é isso que a história nos mostra, nada dessa propaganda anti-calvino veiculada pelos romanistas leigos e testemunhas de jeová seletivistas!

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  21. No século XVI também houve protestantes que se opunham à ideia de que os heréticos deviam ser condenados à morte. Um deles foi Sebastian Castellion.

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Sebastian_Castellion

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